sábado, 28 de março de 2020

–■COMECE O DIA FELIZ!■–Porventura o Messias virá da Galileia? - (Jo 7,40-53)



– ONU # UNESCO
 2020: ANO INTERNACIONAL DA FITOSSANIDADE 
 2020: ANO INTERNACIONAL DA SAÚDE VEGETAL 
 M A R Ç O – 
– M Ê S  D A  F R A T E R N I D A D E 
 GARÇA/SP, 28 DE MARÇO de 2020 (sábado) 087º dia do ano
DESEJAMOS QUE TENHA UM  BOM DIA
COMECE O DIA FELIZ!

 PENSAMENTO DO DIA 
O HOMEM QUE SOFRE ANTES DE SER NECESSÁRIO, SOFRE MAIS QUE O NECESSÁRIO.
(Lúcio Aneu Sêneca)


 DATAS COMEMORATIVAS 
DIA DA INCLUSÃO DIGITAL e social
DIA MUNDIAL DO TEATRO
DIA MUNDIAL DO Whisky
DIA nacional do grafite
semana Internacional de Solidariedade com os Povos em Dia Nacional de Mobilização em Defesa das Crianças e Adolescentes em Situação de Rua
DATA COMEMORATIVA DA CRIAÇÃO DO DEPARTAMENTO DA POLÍCIA FEDERAL
DIA DO DIAGRAMADOR
DIA DO REVISOR
semana Internacional de Solidariedade com os Povos em Luta contra o Racismo e a Discriminação Racial

Dia do ANIVERSÁRIO DE FUNDAÇÃO DAS CIDADES (ou Município): Dobrada - Embu-GuaçuGuzolândia – Itirapuã – Juquitiba – Narandiba - Presidente Epitácio – Queiroz - Uchoa (São Paulo) Campos dos Goytacazes (Rio de Janeiro) Gararu -  Indiaroba - Itaporanga D'Ajuda - Muribeca (Sergipe) Luís Eduardo Magalhães (Bahia) Rondinha (Rio Grande do Sul)

-■Dia do ANIVERSÁRIO DE: GUSTAVO JOSÉ GIL DE ALMEIDA (DG-LC6-Lions Clube de ICEM / SP) AUGUSTINHO  SILVIO L.  BATISTA (Lions Clube de Guararapes /SP) JANDIRA ELIZETH  SABIÃO  DE TOLEDO PIZA (Lions Clube de Bauru Bela Vista /SP) JORGE AILTON PICCININI (Lions Clube de Junqueirópolis/SP)LUIZ FERNANDO DE LIMA LARA (Lions Clube de BAURU SUL /SP) EVANIR TORMES (Lions Clube de Tangará da Serra /MT)NATALIA ARAUJO ANSELMO (Garça /SP)  FABIO SITTA (ECT Garça /SP)MOACYR FRANCISCHETTI CORREA (Garça /SP)PAULO ROBERTO MARINO (São Paulo /SP)KÁTIA LOPES (Campo Grande /MS)

 SANTO DO DIA 
são XISTO III
são GUNTRANO

Na liturgia diária fazemos um encontro pessoal com Deus nos colocando a disposição para ouvir seus ensinamentos através do Evangelho.
A PALAVRA DE DEUS EM MINHA VIDA
- As ondas da morte me cercavam, tragavam-me as torrentes infernais; na minha angustia chamei pelo Senhor, de seu templo ouviu a minha voz (Sl 17,5).
 “VER JESUS, CAMINHO, VERDADE E VIDA PLENA!”
■ A exemplo de Jeremias, Jesus terá a sorte de um manso cordeiro levado ao matadouro. Ambos sofreram as consequências de sua fidelidade à vocação e à missão. Na Eucaristia o Senhor se faz nosso refúgio.
– Oração 
PAI, AJUDA-ME A ACOLHER, SEM PRECONCEITOS, A REVELAÇÃO DE JESUS, POIS SUA IDENTIDADE MESSIÂNICA DE FILHO DE DEUS TRANSPARECE NAS PALAVRAS E NOS SINAIS QUE ELE REALIZOU.
Direitos reservados - Essa oração foi retirada do link: http://liturgia.catequisar.com.br/

Oração do dia
Ó Deus, na vossa misericórdia, dirigi os vossos corações, pois, sem o vosso auxílio, não vos podemos agradar. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Direitos reservados - Essa oração foi retirada: Liturgia Diária ano XXVII nº 323

Leituras
28 de março de 2020 sábado da 4ª Semana da Quaresma
■ Ninguém jamais falou como Jesus. Acolhamos a Palavra daquele que julga com justiça e examina os corações.

1ª Leitura (Jr 11,18-20) Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício.  Leitura do Livro do Profeta Jeremias:

18Senhor, avisaste-me e eu entendi; fizeste-me saber as intrigas deles. 19Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim: “Vamos cortar a árvore em toda a sua força, eli­miná-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado”.
20E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.
Palavra do Senhor!  - Graças a Deus.

Salmos
Salmo responsorial 7
Senhor meu Deus, em vós procuro o meu refúgio.

Evangelho do dia
28 de março de 2020 sábado da 4ª Semana da Quaresma
Porventura o Messias virá da Galileia?  - (Jo 7,40-53)
Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai que é amor!
 Felizes os que observam a palavra do Senhor de reto coração e que produzem muitos frutos, até o fim perseverantes!  (Lc 8,15). 
Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 40ao ouvirem as palavras de Jesus, algumas pessoas diziam: “Este é, verdadeiramente, o Profeta”. 41Outros diziam: “Ele é o Messias”. Mas alguns objetavam: “Porventura o Messias virá da Galileia? 42Não diz a Escritura que o Messias será da descendência de Davi e virá de Belém, povoado de onde era Davi?”
43Assim, houve divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos nele. 45Então, os guardas do Templo voltaram para os sumos sacerdotes e os fariseus, e estes lhes perguntaram: “Por que não o trouxestes?”
46Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como este homem”. 47Então os fari­seus disseram-lhes: “Também vós vos dei­xastes enganar? 48Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? 49Mas esta gente que não conhece a Lei, é maldita!”
50Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que se tinha encontrado com Jesus anteriormente, disse: 51“Será que a nossa Lei julga alguém, antes de o ouvir e saber o que ele fez?” 52Eles responderam: “Também tu és galileu, porventura? Vai estudar e verás que da Galileia não surge profeta”. 53E cada um voltou para sua casa.
  
Palavra da Salvação!  - Glória a vós, Senhor.


COMENTÁRIO DO EVANGELHO
Texto de: Antônio Carlos Santini
da Comunidade Católica Nova Aliança..
contato: santini@novaalianca.com.br       
Conteúdo publicado http://www.novaalianca.com.br/  
Conheçamos a verdade de Deus”
Por que não o trouxestes?’ Os guardas responderam: ‘Ninguém jamais falou como este homem’. Então, os fariseus disseram-lhes: ‘Também vós vos deixastes enganar? Por acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele?”
(João 7,44-48)
Hoje, estamos acompanhando todas as controvérsias que se criaram em torno de Jesus. Na verdade, não era Jesus a controvérsia, mas sim acolher aquilo que trouxe Jesus, por isso, os homens começaram a discutir e debater, e os mais religiosos, como os fariseus e doutores da Lei, começaram a criar hostilidades, a fechar os cercos, a criar estruturas para prendê-Lo. Na verdade, eles queriam, a todo custo, colocar em descrédito a pessoa d’Ele.

Eles não conseguiram, porque ninguém falava com a autoridade de Jesus. Como disse o soldado: “Ninguém jamais falou e fez como este homem. Como vamos calá-Lo, repudiar a Sua voz? Como vamos desobedecer ao que Ele ensina, se ensina com autoridade?”.

Não basta falar, é preciso dizer com a autoridade da vida; não basta ensinar, é preciso ensinar com a vida aquilo que as palavras estão exclamando.

Jesus nos ensina a perfeita sintonia entre a prática e a Palavra, entre a vida e o que é ensinado. Por isso, Ele era contraditado, por isso aqueles que não queriam conhecer a verdade agiam com maldade e, movidos por uma profunda crueldade, queriam eliminar o Mestre Jesus.

Quem não se cala para ouvir a verdade cria a sua própria verdade; quem não se cala para ouvir Deus coloca-se no lugar d’Ele”

Jesus é causa de contradições e disputas entre os homens. E por que os homens disputavam para matá-Lo? Porque não se calavam.

Quem não se cala para ouvir a verdade cria a sua própria verdade; quem não se cala para ouvir Deus, para colocar-se no lugar d’Ele, quem não se cala para deixar-se ser formado por Ele, forma-se como se fosse um deus, e quer que os outros pensem, falem, ajam de acordo com aquilo que ele crê, acredita e ensina.

Homens que se colocam no lugar de Deus contradizem Deus, criam, na verdade, ambientes de disputa, de briga, de acusações e contradições para gerar mal-estar na vida e nos relacionamentos humanos.

Como é importante olharmos para os tempos em que vivemos! Olhemos para tantos ambientes de nossas igrejas, de nossos grupos, divididos, acusando-se e colocando-se uns contra os outros.

Olhemos a metodologia do mundo! As disputas mundanas penetraram na casa de Deus; são homens religiosos brigando, são homens criando toda a atmosfera para as disputas e ofensas, como acontece nos nossos ambientes hoje.

Nas nossas redes sociais, criam-se os que são a favor e os que são contra; os que são conservadores, progressistas, e os que são a favor e os que são contra o Papa, mas, na verdade, isso não passa de pensamento humano, mundano, que invade o sentido da nossa fé.

Só pode falar de Deus quem se cala para deixá-Lo falar. Só pode falar de Deus quem silencia para deixa-Lo formar. Só pode falar de Deus quem é formado no cadinho da humildade do coração d’Ele.

 Deus abençoe você!


 Reflexão - Quem são os acusadores de Jesus? (a questão dos “judeus” em João)
 Direitos reservados: REDAÇÃO evangeli.net (elaborado com base nos textos de Bento XVI)
(Città del Vaticano, Vaticano)
Hoje— no Evangelho percebemos certa “polémica” entre os “judeus” ao redor de Jesus. No quarto Evangelho este não é um fato pontual, senão que aparece como uma constante na subida de Jesus a Jerusalém. Mas, no fim, quem foram realmente os acusadores de Jesus Cristo? Segundo João, são simplesmente “os judeus”. Mas esta expressão não indica em modo algum o povo de Israel como tal e, menos ainda tem um tom “racista”.

João mesmo pertencia ao povo israelita, como Jesus e os seus. A comunidade cristã primitiva estava formada inteiramente por judeus. Esta expressão tem em João um significado preciso e rigorosamente delimitado: Refere-se somente à aristocracia do templo (inclusive nela, pode haver exceções, como Nicodemo). Em Marcos, aparecem “os judeus”, quer dizer, os círculos sacerdotais distinguidos e, também o “ochlos” (a "massa”), que estava formada pelo grupo de partidários de Barrabás, mas não o povo judeu propriamente dito...

—Jesus, aqui estou eu para te defender, porque me chamas pelo meu nome

Recadinho Reflexão:
Autor: Pe. Luiz Miguel Duarte, ss
A respeito de Jesus, correm muitas opiniões divergentes. No meio do povo, alguns o consideram profeta, na esteira dos antigos profetas; outros arriscam dizer que ele é o Messias; os guardas do Templo vão prendê-lo e voltam de mãos vazias, com a firme convicção de que “jamais alguém falou assim”. As autoridades religiosas, por sua vez, semeiam a dúvida e tentam confundir o povo simples. Para isso, recorrem ao preconceito e ao desprezo. Humilham os guardas (v. 47). Desprezam as pessoas humildes: “Essa multidão, que não conhece a Lei, é feita de malditos”. Caçoam do conceituado professor Nicodemos, como se fosse ignorante e desinformado: “Estude e verá que da Galileia não surge profeta nenhum”. Os argumentos dos chefes não convencem; ao contrário, causam dispersão (v. 53).

ORAÇÃO
Senhor e Mestre, a teu respeito havia desacordo no meio do povo. Uns contra, outros a favor. Alguns te atacavam negando a tua origem divina; outros te acolhiam como o enviado do Pai celeste. Queremos, Jesus, pertencer ao número dos que te compreendem e seguem fielmente. Amém.

(autor: Dia a dia com o Evangelho 2019 – Pe. Luiz Miguel Duarte, ss)- fonte do texto dessa página: https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria)

– Leitura Orante 
Autor Paulinas
Conteúdo publicado em  https://leituraorantedapalavra.blogspot.com//    
Paulinas - Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte.

Jo 7,40-53. - Ninguém jamais falou como Ele!

Saudação
Entramos, neste momento, no nosso espaço sagrado de oração, que agora é sua casa, seu escritório, aí onde você está
Aqui estamos para rezar com você, com todos que se encontram em Quarentena.
Começamos invocando o Espírito Santo:

Vinde  Espírito de Deus,
 iluminai-nos
Queremos abrir nossos corações
para acolher os desafios
que o Senhor vai nos apresentar hoje.
Peçamos que o Senhor ponha seu coração no nosso.
Senhor, põe teu coração no meu
Hino 
Ó Cristo, sol de justiça,
brilhai nas trevas da mente.
Com força e luz, reparai
a criação novamente.

 Dai-nos, no tempo aceitável,
um coração penitente,
que se converta e acolha
o vosso amor paciente.

 A penitência transforme
tudo o que em nós há de mal.
É bem maior que o pecado
o vosso dom sem igual.

 Um dia vem, vosso dia,
e tudo então refloresce.
Nós, renascidos na graça,
exultaremos em prece.

A vós, Trindade clemente,
com toda a terra adoramos,
e no perdão renovados
um canto novo cantamos.
1 - Leitura (Verdade)  O que a Palavra diz? (O que diz o texto do dia) Preparamo-nos para a Leitura Orante, rezando ou cantando:
"Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra,
inunda meu ser, permanece em nós"
- O que a Palavra diz?
Leio atentamente, na Bíblia,  este texto de Jo 7,40-53.
Muitas pessoas que ouviram essas palavras afirmavam:
- De fato, este homem é o Profeta!
Outros diziam:
- Ele é o Messias!
E ainda outras pessoas perguntavam:
- Mas será que o Messias virá da Galileia? As Escrituras Sagradas dizem que o Messias será descendente de Davi e vai nascer em Belém, onde Davi morou.
Então o povo se dividiu por causa dele. Alguns queriam prender Jesus, mas ninguém fez isso.
Os guardas voltaram para o lugar onde estavam os chefes dos sacerdotes e os fariseus, e eles perguntaram:
- Por que vocês não trouxeram aquele homem?
Eles responderam:
- Nunca ninguém falou como ele!
Então os fariseus disseram aos guardas:
- Será que vocês também foram enganados? Por acaso alguma autoridade ou algum fariseu creu nele? Essa gente que não conhece a Lei está amaldiçoada por Deus.
Mas Nicodemos, que era um deles e que certa ocasião havia falado com Jesus, disse:
- De acordo com a nossa Lei não podemos condenar um homem sem ouvi-lo primeiro e descobrir o que ele fez.
- Por acaso você também é da Galileia? - perguntaram eles. - Estude as Escrituras Sagradas e verá que da Galileia nunca surgiu nenhum profeta.
Refletindo
Aqui aparecem muitas pessoas, guardas, sacerdotes e fariseus, entre eles, Nicodemos, considerado "Mestre em Israel".
Alguns consideram Jesus "o Profeta", outros "o Messias". Outros duvidam porque Jesus vinha de Nazaré da Galileia, enquanto o Messias deveria vir de Belém, na Judeia. Começam a se dividir e alguns querem prendê-lo.
Jesus não julga nem condena ninguém. São as pessoas que, a partir de suas escolhas, se posicionam a favor ou contra ele.
Nicodemos convida o Sinédrio ao bom senso lembrando que a Lei não permitia condenar uma pessoa sem ouvi-la primeiro. O Sinédrio prefere julgar apenas pela origem de Jesus e não, pela sua pessoa. Para eles, da Galileia, ou seja, dos pobres e marginalizados, nada de bom se pode esperar. Nicodemos, o "Mestre em Israel", é tratado como ignorante e desprezado. Se aceitar Jesus, deverá se afastar do Sinédrio.
2 - Meditação (Caminho) – Qual palavra mais me toca o coração? -  O que a Palavra diz para mim?
Onde me posiciono ou me situo? A favor de Jesus? Ou contra? Jesus é para mim o Messias, o Profeta ou o Filho de Deus? Com que personagens me identifico? Com o povo? Com os doutores da Lei? Com os fariseus? Ou com Nicodemos? Tenho preconceitos em relação às pessoas considerando-as pela sua origem e não pelo que elas são? Faço um breve momento de silêncio para me examinar. E reflito sobre a Homilia do Papa Francisco na Bênção Urbi et Orbi (27/03/2020)
Meditação
HOMILIA DO PAPA FRANCISCO
Adoração do Santíssimo
e Bênção Urbi et Orbi
Adro» da Basílica de S. Pedro, 27 de março de 2020)

«Ao entardecer…» (Mc 4, 35): assim começa o Evangelho, que ouvimos. Desde há semanas que parece o entardecer, parece cair a noite. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo dum silêncio ensurdecedor e um vazio desolador, que paralisa tudo à sua passagem: pressente-se no ar, nota-se nos gestos, dizem-no os olhares. Revemo-nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo encorajamento. E, neste barco, estamos todos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados «vamos perecer» (cf. 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos.
Rever-nos nesta narrativa, é fácil; difícil é entender o comportamento de Jesus. Enquanto os discípulos naturalmente se sentem alarmados e desesperados, Ele está na popa, na parte do barco que se afunda primeiro... E que faz? Não obstante a tempestade, dorme tranquilamente, confiado no Pai (é a única vez no Evangelho que vemos Jesus a dormir). Acordam-No; mas, depois de acalmar o vento e as águas, Ele volta-Se para os discípulos em tom de censura: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).
Procuremos compreender. Em que consiste esta falta de fé dos discípulos, que se contrapõe à confiança de Jesus? Não é que deixaram de crer N’Ele, pois invocam-No; mas vejamos como O invocam: «Mestre, não Te importas que pereçamos?» (4, 38) Não Te importas: pensam que Jesus Se tenha desinteressado deles, não cuide deles. Entre nós, nas nossas famílias, uma das coisas que mais dói é ouvirmos dizer: «Não te importas de mim». É uma frase que fere e desencadeia turbulência no coração. Terá abalado também Jesus, pois não há ninguém que se importe mais de nós do que Ele. De facto, uma vez invocado, salva os seus discípulos desalentados.
A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade. A tempestade põe a descoberto todos os propósitos de «empacotar» e esquecer o que alimentou a alma dos nossos povos; todas as tentativas de anestesiar com hábitos aparentemente «salvadores», incapazes de fazer apelo às nossas raízes e evocar a memória dos nossos idosos, privando-nos assim da imunidade necessária para enfrentar as adversidades.
Com a tempestade, caiu a maquiagem dos estereótipos com que mascaramos o nosso «eu» sempre preocupado com a própria imagem; e ficou a descoberto, uma vez mais, aquela (abençoada) pertença comum a que não nos podemos subtrair: a pertença como irmãos.
«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Nesta tarde, Senhor, a tua Palavra atinge e toca-nos a todos. Neste nosso mundo, que Tu amas mais do que nós, avançamos a toda velocidade, sentindo-nos em tudo fortes e capazes. Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora nós, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»
«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Senhor, lanças-nos um apelo, um apelo à fé. Esta não é tanto acreditar que Tu existes, como sobretudo vir a Ti e fiar-se de Ti. Nesta Quaresma, ressoa o teu apelo urgente: «Convertei-vos…». «Convertei-Vos a Mim de todo o vosso coração» (Jl 2, 12). Chamas-nos a aproveitar este tempo de prova como um tempo de decisão. Não é o tempo do teu juízo, mas do nosso juízo: o tempo de decidir o que conta e o que passa, de separar o que é necessário daquilo que não o é. É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. E podemos ver tantos companheiros de viagem exemplares, que, no medo, reagiram oferecendo a própria vida. É a força operante do Espírito derramada e plasmada em entregas corajosas e generosas. É a vida do Espírito, capaz de resgatar, valorizar e mostrar como as nossas vidas são tecidas e sustentadas por pessoas comuns (habitualmente esquecidas), que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas, nem nas grandes passarelas do último espetáculo, mas que hoje estão, sem dúvida, a escrever os acontecimentos decisivos da nossa história: médicos, enfermeiros e enfermeiras, trabalhadores dos supermercados, pessoal da limpeza, curadores, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho. Perante o sofrimento, onde se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos, descobrimos e experimentamos a oração sacerdotal de Jesus: «Que todos sejam um só» (Jo 17, 21). Quantas pessoas dia a dia exercitam a paciência e infundem esperança, tendo a peito não semear pânico, mas corresponsabilidade! Quantos pais, mães, avôs e avós, professores mostram às nossas crianças, com pequenos gestos do dia a dia, como enfrentar e atravessar uma crise, readaptando hábitos, levantando o olhar e estimulando a oração! Quantas pessoas rezam, se imolam e intercedem pelo bem de todos! A oração e o serviço silencioso: são as nossas armas vencedoras.
«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» O início da fé é reconhecer-se necessitado de salvação. Não somos autossuficientes, sozinhos afundamos: precisamos do Senhor como os antigos navegadores, das estrelas. Convidemos Jesus a subir para o barco da nossa vida. Confiemos-Lhe os nossos medos, para que Ele os vença. Com Ele a bordo, experimentaremos – como os discípulos – que não há naufrágio. Porque esta é a força de Deus: fazer resultar em bem tudo o que nos acontece, mesmo as coisas ruins. Ele serena as nossas tempestades, porque, com Deus, a vida não morre jamais.
O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor. No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.
Abraçar a sua cruz significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de omnipotência e possessão, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. Significa encontrar a coragem de abrir espaços onde todos possam sentir-se chamados e permitir novas formas de hospitalidade, de fraternidade e de solidariedade. Na sua cruz, fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança.
«Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» Queridos irmãos e irmãs, deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de vos confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo desça sobre vós, como um abraço consolador, a bênção de Deus. Senhor, abençoa o mundo, dá saúde aos corpos e conforto aos corações! Pedes-nos para não ter medo; a nossa fé, porém, é fraca e sentimo-nos temerosos. Mas Tu, Senhor, não nos deixes à mercê da tempestade. Continua a repetir-nos: «Não tenhais medo!» (Mt 14, 27). E nós, juntamente com Pedro, «confiamos-Te todas as nossas preocupações, porque Tu tens cuidado de nós» (cf. 1 Pd 5, 7).
3 - Oração (Vida)  O que a Palavra me leva a dizer a Deus? (preces e orações com base no texto - O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja, o Pai Nosso
4 - Contemplação (Vida e Missão)  Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? (proposta para viver o evangelho hoje - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar, a partir desta oração é de reconhecimento de Jesus como Filho do Deus vivo. Ele é o Mestre, Verdade, Caminho e Vida.  Confiarei mais em meu Deus. Ele está no nosso barco.
Recebamos, agora, a bênção do nosso Cardeal Sérgio da Rocha.
BÊNÇÃO
Senhor, nosso Deus, concedei-nos nesta quaresma a graça da conversão e da reconciliação por meio da oração, da penitência e da caridade. Dai-nos a graça de aprender convosco a  ser livres para amar, acolhendo a vida como dom e compromisso, valorizando e defendendo a vida, especialmente onde ela se encontra mais fragilizada e sofrida. Isto vos pedimos, em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo. Amém.

Música 5 - Hino ao amor - Pe. Zezinho, scj