Homilia do 10º Domingo Comum (10.06.18)
“Filhos da Verdade”
Agir por Satanás
Estamos em pé de guerra. Jesus anuncia uma verdade e os inimigos deturpam sua verdade e a colocam como obra do Mal: “… pelo príncipe dos demônios, Ele expulsava os demônios” (Mc 3,22). A reação revelava um coração fechado a Deus na busca de seus próprios interesses e princípios. E Jesus é muito claro dizendo que os que atribuem a Ele a obra do mal, não têm perdão: “Quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). Na verdade, ninguém comete uma falta contra o Espírito Santo. Sua atitude é assumir o próprio Mal como opção de vida. Vive o pecado. Vemos que a própria família está no mesmo caminho interpretando as atitudes de Jesus como loucura. “E de novo se reuniu tanta gente que eles nem sequer podiam comer. Quando souberam disso, os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo, porque diziam que estava fora de si” (Mc 3,21). Essa atitude é bem orquestrada no mundo atual que desqualifica o Evangelho e a Igreja como perniciosos para o mundo. Se não o dizem expressamente, fazem pior, agindo como se não existisse. A título de liberdade de consciência e liberdade civil, fazem o que querem mesmo que façam mal aos outros. Às vezes queremos tirar o demônio que tomou posse de uma pessoa. Esse e fácil tirar. Mas, o que está dentro de nós provocando a fazer mal, esse não nos preocupamos em tirar. Vimos na primeira leitura, na narração do pecado, que foi feita uma opção muito clara pelo mal, mesmo tendo sido orientados por Deus. O mal, simbolizado na fruta, tomou conta do ser humano. Foi tão profundo que atingiu todo o universo. Agora ficou a batalha para vencer.
Das profundezas clamo a Vós
O salmo penitencial 129 nos mostra o coração do homem que busca a Deus, mesmo nas profundezas da maldade. Tocado pela graça abundante de Jesus Cristo, pode clamar a sair do abismo: “Das profundezas clamo a voz, Senhor, escutai a minha voz! Estejam vossos ouvidos atentos ao clamor de minha prece”! (Sl 129,1-2). O salmista reconhece que em qualquer circunstância podemos invocar o Senhor e sair. Reconhece também que a situação é muito difícil, mas a esperança. Esta não morre. Ela é nossa garantia. O mal não é um beco sem saída. E confirma que só em Deus temos o perdão: “Pois no Senhor se encontra toda a graça e copiosa redenção” (Id 7). Tudo isso em consequência da ressurreição do Senhor. Paulo afirma que a fragilidade do homem exterior vai aumentando, mas o homem interior vai se renovando dia a dia até chegar a uma glória incomensurável. Para vencer a onda do mal existente no mundo temos que ter os olhos voltados para o que é eterno. Se não tivermos a visão da eternidade, não teremos como justificar as opções que fazemos cada dia. Fazer o mal é opor-se a Jesus cometendo o pecado contra o Espírito Santo. A vida não acaba aqui, pois sabemos que “se a tenda em que moramos neste mundo for destruída, Deus nos dará outra moradia no Céu” (2Cor 5,1).
Fazer a vontade de Deus
No meio da discussão de Jesus com os mestres da sabedoria da lei, chega a mãe de Jesus e seus irmãos (parentes próximos). Vejamos que difere do grupo que queria agarrá-lo por terem-No por louco. Queriam falar com Jesus. Ele responde que “sua mãe e seus irmãos eram quem faziam a vontade de Deus”. Jesus assume todos como sua família. Mas diz também que sua família fazia a vontade de Deus (Mc 3,33-35). Ser família de Jesus é fazer essa opção fundamental por Jesus como nos ensina o Evangelho.
Leituras: Genesis 3,9-15; Salmo 129; 25;2ª Coríntios 4,13-185,1; Marcos 3,20-35.
Ficha nº 1760 – Homilia do 10º Domingo Comum (10.06.18)
- Atribuir o mal a Jesus é pecar contra o Espírito Santo. Não há como perdoar.
- Mesmo no maior mal, temos a saída pela redenção abundante de Jesus.
- Família de Jesus é quem faz a vontade de Deus.
A tampa do Capeta
O Diabo é tão ruim que cria um pecado que não tem perdão. Por que não tem perdão? Por que não quer o perdão e se fecha a ele. É a recusa total atribuindo a Deus o que é do mal. Ruim isso. Errar todo mundo erra e pode se arrepender e pedir perdão.
Rezamos no salmo que entramos no mais profundo, mas ainda temos esperança de sermos ouvidos, pois no Senhor a redenção é abundante. Deus sempre vem em nosso auxílio. O pecado não faz mal para Deus. Faz mal para nós.
A raiz do mal não está em Deus. Foi opção do homem e da mulher. Não quiseram obedecer. O mal foi buscado com vontade pessoal. Deus não jogou o homem nos braços do diabo. Mais ainda: Tinha guardado uma frutinha melhor ainda, a tal da “maçã” que não era maçã, que acabou por prejudicar o homem.
A fruta da árvore do Paraíso era o conhecimento de Deus que nos foi dado por Jesus. Ele é o fruto da árvore da Vida, da árvore da verdade, da árvore do verdadeira cominho que nos conduz ao Deus perdão.
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