Pe. Luiz Carlos
de Oliveira
Redentorista |
“Santidade
é dom”
2106. A graça nos santifica
Nosso Papa Francisco
continua sua reflexão sobre a santidade. Ele quer nos ensinar em sua exortação
apostólica “Gaudete et exultate” (GE), sobre a santidade. Como somos filhos de
Deus, recebemos graça sobre graça. Esse Pai é generoso em nos dar a
participação de sua santidade. Podemos compreender o desenvolvimento do tema
com uma situação: Pedi a Deus um milagre e fiz uma promessa. Paguei a promessa,
e estou acertado. Ou também: “Fiz tantas coisas para Deus. Rezei, ajudei etc...
agora Deus tem obrigações para comigo. Ele me deve”. Isso está muito entranhado
na mentalidade das pessoas. Poderíamos entender que nosso relacionamento com
Deus é sempre de agradecer tudo, mesmo o que fazemos, pois tudo é sua graça.
Nós acolhemos os dons que são maiores que nosso esforço. Nossas obras e
esforços são respostas ao que faz por nós. Deus sempre toma a iniciativa (GE 52). Nenhum ser humano pode exigir, merecer ou comprar o dom da graça Divina,
e que toda a cooperação com ela é dom prévio da mesma graça: “até o desejo de
ser puro se realiza em nós por infusão do Espírito Santo e com sua ação sobre
nós” (GE 53). O que fazemos de bom
vem da graça como os frutos que nascem da planta. A graça supera tudo o que
somos (Id 54). A nós cabe agradecer e corresponder.
2107. Erros que se repetem
O Papa afirma: “Ainda há cristãos
que insistem em seguir outro caminho: o da justificação pelas suas próprias
forças, o da adoração da vontade humana e da própria capacidade, que se traduz
numa autocomplacência egocêntrica e elitista, desprovida do verdadeiro amor”. Como
se realiza? “Manifesta-se
em muitas atitudes aparentemente diferentes entre si de exibir conquistas
sociais e políticas, a ostentação no cuidado da liturgia, da doutrina e do
prestígio da Igreja, a vanglória ligada à gestão de assuntos práticos, a
atração pelas dinâmicas de autoajuda” (GE 57). Não há
compromisso com o evangelho nem com os necessitados. É uma procura de si mesmo, não de Cristo. É um
cristianismo feito a partir de si. Pior quando impõem aos outros suas teorias e
costumes. O pobre povo, admirando acaba acolhendo o que não está coerente com o
Evangelho. A graça de Deus não depende de nossas estruturas. O povo tem boa
vontade e é enganado. Não são as idéias que fazem a graça, mas é o impulso do
Espírito que dá vida à Igreja para que não se transforme num museu. Atualmente
nos deixamos levar por políticas interesseiras com cara de donos do evangelho,
seja de esquerda seja de direita. Não podemos sobrecarregar a vida dos fiéis
com normas e leis e modelos que não são evangelho. Viram escravidão (id 59).
Orientados por S. Paulo entendemos
que “a fé atua pelo amor” (Gl 5,6). As virtudes , que são dons de Deus
(fé, esperança e caridade), animam as demais virtudes e a prática cristã. Sem
isso, é ideologia. O centro é a caridade, como nos diz Paulo: “Quem ama o
próximo cumpre plenamente a lei (1Cor 13,8.10). Há necessidade de
ter em mente dois rostos: o do Pai e do irmão. O rosto do Pai reflete no rosto
do irmão. Pois, “o que é que resta? O que tem valor na vida? Quais são as
riquezas que não desaparecem? Seguramente duas: o Senhor e o próximo. Estas
duas riquezas não desaparecem” GE 61). Para chegarmos a isso, temos que
pertencer a Deus. O grande problema de nosso crescimento espiritual é deixarmos
Deus de lado e seguirmos idéias de pessoas que não refletem a busca de Deus.
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