quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Era uma vez... Padre Valdo Bartolomeu de Santana



Padre Valdo Bartolomeu de Santana
Pároco da Paróquia 
Santo Antonio de Junqueirópolis
padre.valdo@uol.com.br
AS TRÊS ÁRVORES


"... E o verbo se fez carne e habitou entre nós..." Jo 1,14

            Era uma vez no alto de uma montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que queriam ser depois de grandes.
            A primeira, olhando as estrelas disse:
- Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal me disponho a ser cortada.

            A Segunda árvore olhou para o riacho e suspirou:
- Eu quero ser um grande navio, para transportar reis e rainhas.

            A terceira árvore olhou o vale e disse:
- Quero ficar aqui, no alto da montanha, e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em Deus.

            Anos se passaram e, certo dia, três lenhadores, nada ecológicos, vieram e cortaram as três árvores, ansiosas por serem transformadas naquilo em que sonhavam.
            Mas lenhadores não costumam ouvir, nem entender de sonhos... que pena!

            A primeira árvore acabou sendo transformada num cocho coberto de feno para animais.

            A Segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando gente e peixes todos os dias.

            E a terceira, mesmo sonhando ficar no alto da montanha, acabou em grossas vigas e colocada de lado num depósito.

            E as três se perguntavam desiludidas e tristes:
- Por que isto?

            Numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, em que havia mil melodias no ar, uma jovem colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. E, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo.

            A Segunda árvore, anos mais tarde, transportou um homem, que acabou dormindo no barco. Quando a tempestade quase afundou o nosso pequeno barco, este homem levantou-se e disse:  “Paz!”. E, num relance, a Segunda árvore entendeu que estava carregando o rei do céu e da terra.

            Tempos mais tarde, numa Sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Sentiu-se horrível e cruel. No Domingo seguinte, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade, e que as pessoas se lembrariam de Deus e de seu filho Jesus Cristo ao olharem para ela.
            As árvores tinham tido sonhos... mas a sua realização foi mil vezes melhor e mais sábia do que haviam imaginado.

                        Reflexão: Quando temos a coragem de nos abandonar em Deus, a graça 
                        acontece.  Quando temos a coragem de dizer e vivenciar: “seja feita a  
                        vossa vontade”, a vida se torna plena. Faça isso... e viverás.

                                                                                                 
               

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