Pe. Valdo Bartolomeu Santana é pároco da Paroquia Santo Antônio, de Junqueirópolis/SP |
O CONSTRUTOR DE PONTES
“Não julgueis, para não
serdes julgados; não condeneis, para não
serdes condenados; perdoai, e vos será
perdoado.” Lc 37
Era uma
vez... Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por
um riacho, que certa vez entraram em conflito.
Foi a
primeira grande desavença em toda uma vida trabalhando lado a lado, repartindo
as ferramentas e cuidando um do outro.
Durante anos
eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida, que seguia ao longo do
rio para, ao final de cada dia, poderem atravessá-lo e desfrutar um da
companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois se
amavam.
Mas agora
tudo havia mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente
explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total
silêncio.
Numa manhã, o
irmão mais velho ouviu baterem em sua porta. Ao abri-la notou um homem com uma
caixa de ferramentas de carpinteiro na mão.
- Estou
procurando trabalho - disse ele. Talvez você tenha um pequeno serviço que eu
possa executar.
-Sim! - disse
o fazendeiro - claro que tenho trabalho para você. Veja aquela fazenda além do
riacho. É do meu vizinho. Na realidade, meu irmão mais novo. Nós brigamos e não
posso mais suportá-lo.
- Vê aquela
pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta
ao longo do rio para que eu não precise mais vê-lo.
-Acho que
entendo a situação - disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos
que certamente farei um trabalho que lhe deixará satisfeito.
Como
precisava ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o
material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia
medindo, cortando e pregando.
Já anoitecia
quando terminou sua obra.
O fazendeiro
chegou da sua viagem e seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia
qualquer cerca! Em vez da cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do
riacho.
Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
- Você foi
muito atrevido construindo essa ponte após tudo que lhe contei.
No entanto,
as surpresas não haviam terminado. Ao olhar novamente para a ponte, viu seu
irmão aproximando-se da outra margem, correndo com os braços abertos.
Por um
instante permaneceu imóvel de seu lado do rio. Mas, de repente, num só impulso,
correu na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte.
O carpinteiro
estava partindo com sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou
pediu-lhe emocionado:
- Espere!
Fique conosco mais alguns dias.
E o
carpinteiro respondeu:
- Eu adoraria
ficar, mas tenho muitas outras pontes para construir.
Reflexão. Construa a sua ponte!Desfaça antigas desavenças.
Só não esqueça: "Vá de braços abertos".
Inicie esse novo ano construindo pontes de reconciliação.
Pense nisso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário