quarta-feira, 10 de abril de 2019

“O dom e a cruz” - REFLETINDO A PALAVRA! Padre Luiz Carlos


Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“O dom e a cruz”

A lógica do dom e da cruz
            Chegamos, com este texto, à última reflexão do Papa Francisco na Exortação ApostólicaGaudete et Exultate”= (Alegrai-vos e Exultai), sobre a  Chamado à Santidade no Mundo Atual. Ele nos oferece um vasto panorama sobre essa realidade. Encerramos com o ensinamento sobre a “lógica do dom e da cruz”. Discernir exige a paciência e a cruz. Diz: “A condição essencial para avançar no discernimento é educar-se para a paciência de Deus e os seus tempos, que nunca são os nossos” (GE174). Insiste na lógica da cruz: “Além disso, requer-se generosidade, porque ‘a felicidade não é deste mundo, ‘é a nossa lógica’, como dizia São Boaventura, referindo-se à cruz. Quando uma pessoa assume esta dinâmica, não deixa anestesiar sua consciência e abre-se generosamente ao discernimento” (Id). Discernir não para tirar proveito para própria vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo e, isto implica estar disposto a fazer renúncias até dar tudo, comenta o Papa. O discernimento nos coloca na lógica da cruz que sintetiza a aceitação completa do plano divino de Salvação. Entramos em outro mundo com outras dinâmicas que nos colocam numa vida que atingem o homem em todo seu ser. Discernir é também abrir-se ao mistério da cruz que não se resume na dor, mas na capacidade de ir até o fim na opção pelo bem, por Deus, e pelos outros.
Decisão e força
            Escolher os caminhos da vida na presença de Deus nos leva a penetrar todos os espaços de nossa vida, diz o Papa. Com isso temos a certeza que nossa decisão nos levará a crescer muito e dar mais a Deus, mesmo quando estamos em dificuldades. É nelas que nos fortalecemos. É um treinamento que nos dá força espiritual. Quem lutar, se fortalece e consegue maiores forças para enfrentar as cruzes. Notamos a importância de um contato com Deus que se faz na oração e, sobretudo, na prática do Evangelho que é o meio de exercitar-se na luta. Mas não somos heróis invencíveis. Somos frágeis e temos medos. Temos receio de que a força da graça penetre nos recônditos de nossa vida. O orgulho nos impede de deixar Deus agir. É necessário o discernimento para tirarmos esses empecilhos do orgulho e da vaidade. Ter medo de ser fraco não nos torna fortes. Assim escreve o Papa Francisco: “Mas é necessário pedir ao Espírito Santo que nos liberte e expulse aquele medo que nos leva a negar-Lhe a entrada em alguns aspetos da nossa vida... Ele não quer entrar em nós para mutilar ou enfraquecer, mas para levar-nos à perfeição. Isto mostra-nos que o discernimento não é uma auto-análise presunçosa, uma introspecção egoísta, mas uma verdadeira saída de nós mesmos para o mistério de Deus, que nos ajuda a viver a missão para a qual nos chamou a bem dos irmãos” (GE 175).
Ave Maria
            O Papa Francisco encerra suas reflexões com Maria porque Ela viveu como ninguém as bem-aventuranças de Jesus. “É aquela que nos mostra o caminho da santidade e nos acompanha. E, quando caímos, não aceita deixar-nos por terra e, às vezes, leva-nos nos seus braços sem nos julgar. Conversar com Ela consola-nos, liberta-nos, santifica-nos. A Mãe não necessita de muitas palavras... É suficiente sussurrar uma vez e outra: Ave Maria...” (GE 176). E completa: “Espero que estas páginas sejam úteis para que toda a Igreja se dedique a promover o desejo e a busca da santidade. Peçamos ao Espírito Santo que infunda em nós um desejo intenso de sermos santos para a maior glória de Deus; e animemo-nos uns aos outros neste propósito. Assim, compartilharemos uma felicidade que o mundo não poderá tirar-nos

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