Pe. Luiz Carlos de OliveiraRedentorista |
“Meu
Senhor e meu Deus”
A fé que salva
As aparições de
Jesus não são espetáculos reservados a poucos, mas para promoção da certeza de
que a Vida venceu a morte e se institui como modo de vida. As aparições de
Jesus se davam aos domingos, o dia da comunidade e revelam seu valor. Nele se
dá o envio do Espírito e o dom da reconciliação. Essas narrativas nos põem em
contato com o caminho que Jesus em sua Ressurreição propõe para a vida cristã:
Reunir-se no dia do Senhor (dia da Ressurreição) é tornar presente o Senhor
Ressuscitado. É o que dizemos quando fazemos memória. As narrativas das
aparições vão além de um fato acontecido, mas são uma realidade que acontece
sempre quando estamos “dois ou três reunidos”. Ele está no meio de nós, como
rezamos na celebração. Nela professamos nossa fé, mesmo sem ter visto o Senhor.
Tomé é o exemplo do processo de fé que se realiza em nós: Ausente do encontro
de Jesus com os discípulos exige tocá-Lo. Quer crer com as mãos. A presença do
Ressuscitado não é uma volta à carne, ser humano que Jesus era, mas um fato que
vem da fé. Os que não veem o Ressuscitado confiam no testemunho dos apóstolos e
têm a fé que os torna felizes: “Felizes os que creram sem ter visto” (Jo
20,29).
João escreve: “Estes sinais (milagres que levam à fé) foram escritos para que
acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenhais a vida em
seu nome” (Jo 20,31). Crendo temos a vida eterna e
celebramos a presença de Cristo na comunidade.
A força da Ressurreição
No dia da Ressurreição recebemos,
em uma grande síntese, todo o caminho da Igreja. Jesus está sempre presente e
sempre dá o Espírito Santo: “Recebei o Espírito Santo! A quem perdoardes os
pecados eles lhes serão perdoados” (Jo 20,22). O perdão é a
reconciliação universal. Inaugura o tempo da misericórdia que salva. Esse
magnífico gesto de Jesus não se refere a uma confissão de minutos falada em vós
baixa, mas à proclamação da Redenção que se estende a todos. Ninguém é dono da
redenção ou põe regras além da lei do Evangelho. Temos o costume de submeter o
Evangelho às nossas ideologias e modismos espirituais. Poderemos prejudicar o
anúncio da Ressurreição e os caminhos que o Senhor nos oferece. Vimos o
crescimento da Igreja no decorrer dos séculos. Além de nossas misérias, a força
da Ressurreição penetra todos os povos. Lentamente a fé se desenvolve.
Infelizmente vemos que o testemunho pouco evangélico tem distanciado tantos, tem
desfibrado tantas comunidades. A aparição aos discípulos não quer fazer
maravilhas, mas a entrega do grande ministério de reconciliação na força do
Espírito.
Rei de Misericórdia
Falamos de um Senhor glorioso e
magnífico, como nos narra o livro do Apocalipse. Esse poder não corresponde à mentalidade
do mundo que tem poder para mandar e aproveitar-se do poder. O salmo nos faz
repetir: “Dai graças ao Senhor, porque é grande a sua misericórdia” (Sl
117).
Esse é o distintivo fundamental de seu Reino. A pessoa de Jesus é o centro de toda
vida cristã. Celebrando as alegrias pascais sabemos que o hoje eterno de Deus
continua sua eterna misericórdia. Os gestos de misericórdia continuam na vida
da comunidade, como lemos nos Atos dos Apóstolos. Tudo vem a nós através do sacramento do batismo, da presença do
Espírito que nos foi dado e do sangue de Jesus que nos remiu (oração). Nós que cremos
sem ver, somos declarados felizes porque cremos sem ver (Jo
20,29).
A misericórdia cantada no salmo não é uma devoção revelada, mas um atributo de
Deus.
Leituras: Atos 5,12-16; Salmo 117; Apocalipse
1,9-11ª.12-13.17-19.
Ficha
nº 1852 - Homilia do 2º Domingo da Páscoa (28.04.19).
1. Reunir-se no
dia do Senhor é tornar presente o Senhor Ressuscitado.
2. O perdão que
Jesus oferece é a proclamação da Redenção que se estende a todos.
3. As alegrias
pascais contam que o hoje eterno de Deus continua em sua misericórdia.
A turma do cutuca.
Tomé é o exemplo dos que querem
crer com as mãos, não no sentido de agir, mas de sentir as coisas de Deus como
se fossem corporais. É a turma do cutuca. Não querem que a fé os toque para
algo mais profundo. Isso exige mudança em nossa vida. Os discípulos viram, mas
foram além, continuaram sem buscar milagres, anunciando por sua vida e palavra
que Ele está vivo.
Onde
tiraram forças e condições para anunciarem com tanto vigor trazendo tantos para
Jesus. Os cristãos se firmaram na Palavra anunciada e no testemunho. Era mais
forte que um toque.
As palavras e as explicações que o Pe. Luiz nós traz,são como se estivéssemos junto aos apóstolos após a ressurreição de Jesus. Peço a Deus, muitas bênçãos ao Pe.Luiz.Sempre me conforta.obrigada
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