domingo, 23 de junho de 2019

REFLETINDO A PALAVRA! Padre Luiz Carlos redentorista

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Revestir-se de Cristo”

E vós, quem dizeis que eu sou?
           Jesus se encontra em oração diante do Pai e, tem consigo o minguado número de discípulos. Sua obra parece um fracasso. O povo pensa que Ele é algum profeta que saiu da cova. Fracasso. Mas não sai da verdade de sua missão: Uma coisa que não entrega é a verdade de sua missão de ser o Messias. O Cristo de Deus. A palavra Messias é o mesmo que Cristo. Os judeus tinham grandes imaginações sobre como seria o Messias miraculoso e grandioso que iria restaurar o poder do Reino. Jesus proíbe que os discípulos digam que Ele é o Messias para não fazer o jogo da tradição popular. Por isso é claro para os que estão com Ele, que esse Messias será recusado. Os chefes do povo, que detêm também o poder espiritual, não aceitarão e o matarão. Mas Ele ressuscitará. Só assim Ele será fonte de ablução e purificação (Zc 13,1) . Ele será a fonte. Por isso Paulo nos escreve que o batismo realiza essa mudança naquele que crê: “Vós todos sois filhos de Deus, pela fé em Jesus Cristo. Vós todos que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo” (Gl 3,26-27). Revestir-se não será mudar de roupa exterior, mas mudança do interior pela fé. É o homem novo, herdeiro das promessas. Jesus não entra como um a mais na história da salvação. Acolhendo Cristo somos a descendência de Abraão, herdeiros, segundo a promessa, não segundo a carne. O processo de conversão vai aos poucos mudando a figura nossa em Cristo. É um processo lento e exigente que exige ir às raízes para ter a vida. A oração da missa nos indica o caminho: “Dai-nos por toda a vida a graça de Vos amar e vos temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor”. Não estamos sozinhos em nosso caminho espiritual de vida cristã: presença constante de Deus.
Seguimento de Cristo
           Entre o Messias sofredor e aquele que o segue como seu discípulo, há uma união. Ele deverá passar com Ele pelo sofrimento, revestindo-se no sofrimento e participando de sua total restauração na fonte acessível a todos habitantes. Esta união ao transpassado é o caminho doloroso da purificação. A vida cristã que reveste o verdadeiro discípulo, não só de nome, mas de vida, é seguir as duras palavras de Jesus de perda e ganho como exigência fundamental: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; e quem quiser perder sua vida por causa de mim, esse a salvará” (Lc 9,23-24). Isso é fundamental no ensinamento de Jesus. Assim como acontece com Ele, deve também acontecer com o discípulo. Aqui entramos no ensinamento do salmo que é a expressão do íntimo de nosso coração: A sede de Deus: “Minha alma tem sede de Vós, minha carne vos deseja como terra sedenta e sem água” (Sl 62). Sem essa sede não encontramos o caminho para o seguimento de Cristo. Ele será sempre uma figura distante, não uma vida.
Fonte acessível
           O jovem rei Osias, vigoroso e piedoso, era uma esperança para povo. Ele morre na batalha de Megido, no ano 605, contra o invasor egípcio. Foi uma grande perda. Assim se pode comparar a Cristo que foi transpassado e se tornou uma fonte espiritual e de purificação. A morte de Cristo foi a resposta ao sofrimento de um povo destruído no seu interior pela falta de Deus, como diz, ao que O feriram de morte. Cristo faz a purificação no sacramento do Batismo. Ele não é apenas uma purificação exterior, mas uma mudança total, a partir da fé professada por Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”... é a salvação  que nos reveste de Cristo. “Vosso pranto se tornará uma festa”.
Leituras: Zacarias 12.10-11;13,1; Salmo 62; Gálatas 3,26-29;Lucas 9,18-24.
Ficha: nº 1868 - Homilia 12º Domingo Comum (23.06.19)

1. O processo de conversão vai aos poucos mudando a figura nossa em Cristo (configurados).
2. Assim como acontece com Ele, deve também acontecer com o discípulo.
3. Cristo, no batismo, realiza nossa purificação.

                       Mudando de roupa

           É uma peleja mudar a roupa. É um tal de olhar e ver se serve. Tirar porque não combina. O tempo está mudando. No fim nos alegramos com o elogio ou ficamos com cara de tacho com o erro que fizemos. Pobres podem não ter esses problemas. Mas incomoda.
           Pior é quando existe uma de mudança de roupa interior, onde é o alfaiate e nos traz um novo modo de vestir por dentro. O espelho é o Filho que é também a roupa nova que vestimos. 
           Paulo nos Diz que fomos batizados em Cristo. Por isso revestidos Dele. Revestir-se é seguir Jesus e se lavar no batismo. 

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