Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista |
“Mãe
no Céu”
Primícias dos que morreram
Desde o início de nossa fé
encontramos na tradição da comunidade os primeiros rudimentos da fé. Lembramos
que os textos bíblicos do Novo Testamento são posteriores. Eles também acolhem
a tradição, como diz Lucas em seu evangelho (Lc 1,1-4). Diz que foi se
informar com as testemunhas de confiança. O texto do Evangelho leva em conta a
tradição. O que já era do conhecimento permaneceu na tradição ao lado o texto
evangélico. Os católicos acolhem a tradição como parte da Palavra de Deus. O
centro de todo anúncio é a Ressurreição de Jesus. Nela tudo se explica e
completa. Para entender essa verdade (dogma) cristã que afirma a Assunção de
Maria, temos que partir de sua participação no mistério de Cristo: “Cristo
ressuscitou como primícias dos que morreram... como em Adão todos morrem, assim
também em Cristo todos reviverão... Em primeiro lugar Cristo... depois os que
pertencem a Cristo, por ocasião de sua vinda” (1Cor
15,20-27).
Como Maria foi redimida já em sua concepção, em vista dos méritos de Cristo,
permanece unida a Ele também em sua ressurreição. Esse momento da sua
glorificação pela Assunção decorre da Ressurreição. O Papa Pio XII não define
como se dá o fim de Maria. Não sabemos nada, além das tradições apócrifas. O
Papa diz: “Pronunciamos, declaramos
e definimos ser dogma divinamente revelado que: a imaculada Mãe de Deus, a
sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo
e alma à glória celestial" (MUNIFICENTISSIMUS
DEUS, 44). O Papa
não criou essa verdade, ele a reconheceu como verdade reconhecida desde os
inícios do Cristianismo e mostra os
documentos.
Ó Mãe do Senhor
Maria esteve e está unida ao
Mistério de Cristo em todos os seus momentos. Mãe não deixa de ser mãe. Pela
maternidade Maria permanece unida a Cristo e, com ela, todos o filhos de Deus.
Humildemente Maria reconhece, com humildade, essa participação: “O Senhor olhou
para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão
bem-aventurada, porque o Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor” (Lc
14-55).
Maria não se faz grande, mas objeto do amor de Deus. Mas reconhece sua missão
na Igreja e no Céu. Reconhece a ação de Deus por ela e, por ela a todo o povo.
É humilde e aceita a obra do Senhor. O louvor que todas as gerações lhe dirigem
como uma criatura unida ao projeto salvador de Deus a toda humanidade. Está
unida à salvação de todos, derrubando os poderosos dos tronos e elevando os
humildes. Sua elevação é a elevação de todo o povo. Maria deveria seguir Jesus
na ressurreição e ascensão, pois é dom que nela, concede a todos. Está
garantida nossa ressurreição, pois uma do povo já completou o caminho.
Intercessora
Quando rezamos, rogai por nós,
santa Mãe de Deus, não estamos desviando a missão do Cristo único mediador.
Porque rezamos uns pelos outros, fazemos súplicas, pedimos milagres e louvamos.
Como Corpo de Cristo, estamos unidos a Ele em todo seu mistério, inclusive sua
intercessão e mediação. Os membros acompanham o corpo. Por isso rezamos pelos
outros. Maria faz parte do Corpo Total de Cristo. Por isso pode rezar por nós e
receber nosso culto. Enquanto fazemos parte desse Corpo de Cristo, estamos
unidos também a Maria, e a todos os fiéis, em todas as missões desse Corpo. Não
tenhamos medo de rezar a Nossa Senhora, conversando com ela como Jesus o fazia,
pois somos filhos com Ele. Se somos irmãos, somos filhos. Logicamente é preciso
purificar esse belo culto de formas incoerentes. Assim evitamos que se desfaça
essa beleza que é Maria.
Leituras: Apocalipse 11,19ª;12m1.3.-6ab; Salmo 44;
1Coríntios 15,20-27ª; Lucas 1,39-56.
Ficha:
nº 1884 - Homilia da Assunção de Maria (18.08.19)
1. Para entender a Assunção de Maria,
sua participação no mistério de Cristo.
2. Maria esteve e está unida ao Mistério
de Cristo em todos os seus momentos.
3. Maria faz parte do Corpo Total de
Cristo. Pode rezar por nós e receber nosso culto.
Mãezinha
do Céu
Sentimos uma profunda alegria em podemos lembrar de Nossa Senhora como Mãezinha
do Céu. É o eterno coração de criança. Que bom lembrar que essa mãe tem muitos
filhinhos. É uma creche celestial.
Por isso não podemos
perder as belas tradições de chamar Maria de Mãezinha, expressão da ternura,
acolhimento e contínuo cuidado. Não é à toa que Deus quis que não faltasse
ternura no Céu. Todas as belezas da santidade não conseguem atrair se não for
umedecida de ternura. É o que nos ensinaram: Pede à Mãe que o Filho atende.
Jesus já tinha muito serviço com essa redenção. Deixou à Mãe, cuidar ternura.
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