domingo, 25 de agosto de 2019

REFLETINDO A PALAVRA - Padre Luiz Carlos

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
“Porta Estreita”

Conversão que modifica
           Vivemos uma batalha para conservar o corpo numa bela medida. Achamos que não ficamos velhos e teremos aquele corpo! Batalha dolorosa de poucos resultados. Mas Jesus nos coloca diante dos olhos uma portinha estreita que vai exigir esforço de uma terapia espiritual que nos leve a ter as condições de passar pela porta estreita. “Muitos tentarão entrar e não conseguirão” (Lc 13,24). Que porta estreita é essa?  Jesus explica que “muitos tentarão entrar e não conseguirão... começareis a bater dizendo: Senhor, abre-nos a porta!.. Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim vós que praticais a injustiça”. Vejamos o porquê: ‘Vós direis; nós comemos e bebemos diante de Ti e Tu ensinastes em nossas praças”. Não basta a religião exterior. E diz Jesus: “Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça” (Lc 13,22ss). Podemos entender que Jesus é a porta. Lembramos que diz “Eu sou a porta das ovelhas” (Jo 10,1-10). A religião tem atos exteriores, muitas obras, mas tudo tem que ser fundado Nele e em sua Palavra. Mesmo que falemos de Jesus, Ele é entrada para o Reino de Deus. Vejamos nossas comunidades, povo cristão, as associações e os movimentos que fazem muitas coisas, mas deixam de lado o evangelho e a pessoa de Jesus. Pelo nosso mal proceder, podemos estar “fora de forma” para fazer esse exercício espiritual de entrar. Se olharmos, veremos como Jesus e seu Evangelho estão distantes de nós e de nossas comunidades. A porta é Jesus e seu evangelho do amor. Há grupos que não fazem o mínimo de caridade... Será que passarão na porta? A porta do inferno é larga.
Proclamar a salvação
              Continuando, Jesus diz algo que não combina com nosso modo de compreender a fé: “Virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul e, tomarão lugar à mesa do Reino de Deus” (Lc 13,28). Poderão passar nessa porta e sentar para o banquete. Jesus faz eco à profecia de Isaias que anuncia a grande abertura a todos os povos. Isso não fazia parte da mentalidade do povo judeu: “Eu virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória” (Is 66,18). Há uma promessa: “Porei no meio deles um sinal e enviarei, dentre os que foram salvos, mensageiros aos povos... para as terras distantes e para aquelas que ainda não ouviram falar em mim e não viram a minha glória” (Id 19). O profeta diz que, como os filhos, levarão sua oferenda em vasos purificados para a casa do Senhor. Vai a um extremo absurdo: “Escolherei dentre eles alguns para serem sacerdotes e levitas” (Id 21). Para os judeus, os sacerdotes e levitas eram escolhidos só da família de Aarão e tribo de Levi. Tudo isso vem como fruto da proclamação da salvação. Muitos na Igreja ainda têm mentalidade fechada aos povos. O Oriente está respondendo ao Evangelho.
Deixar-se educar
           Distante de nossa mentalidade atual que já dá seus frutos mudando certos termos. A Carta aos Hebreus diz claramente que não se trata de castigo, mas de educação: “É para vossa educação que sofreis”: Aqui podemos entender que as dificuldades para viver a fé geravam sofrimentos que a purificavam. “Meu filho, não desprezes a educação do Senhor, não desanimes quando Ele te repreende; pois o Senhor corrige a quem ama e castiga a quem aceita como filho” (Hb 12,5-7). Tentando uma tradução, podemos pensar que a comunidade precisa refletir sobre sua situação, meditar, fazer revisões sinceras e buscar caminhos melhores sem viver amargurados porque nossas idéias nem sempre vencem. É preciso um exercício de abertura à revisão e correção dos planos e da própria vida.
Leituras Isaías 66,18-21;Salmo 116; Hebreus 12,5-7.11-13.
Ficha nº 1886 - Homilia do 21º Domingo Comum (25.08.19)

1. Nós em nossas comunidades estamos distantes de Jesus e de seu Evangelho
2. Muitos na Igreja ainda têm mentalidade fechada aos povos.
3. A comunidade precisa refletir sobre sua situação, fazer revisões e buscar nos caminhos.

                                              Academia de emagrecimento espiritual

           A gente fica feliz quando dá uma ajeitada nas gordurinhas e fica com o corpo bonito depois de um tempo de academia. É muito sofrimento. Não fazemos penitência e Deus nos tira de outro lado em nosso esforço de pegar forma.
           Assim também é o momento de pensarmos em olhar a balança da vida eterna. Aqui Jesus fala de porta. Na Idade Média havia um mosteiro que tinha na sala de refeições uma porta tão estreita que, se exagerasse na comida, não passava. Pode não ser verdade, mas temos que fazer o mesmo, queimando nossas gorduras espirituais e fazendo os exercícios que nos dão resistência e força espirituais. Ninguém vai ao Céu de graça. Tem que malhar.

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