Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista |
“Amar
como Pai”
Ovelha perdida
Jesus era recriminado por viver
misturado com os pecadores. Para Ele não valia o provérbio: “Diga-me com quem
andas, e direi quem tu és”. Podemos até
dizer o contrário: Diga-me com quem andas que conhecerei que és como teu Pai’.
Ele faz, o que faz o Pai: “O Filho, por si mesmo, nada pode fazer, mas só
aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que
Ele faz o Filho o faz igualmente” (Jo 5,19). Assim
entendemos por que tem essa preferência em estar com os “pecadores”. Eles são
as ovelhas perdidas e o filho extraviado. O próprio Paulo, na carta a Timóteo,
diz que ele era o perseguidor e, foi designado para o maior serviço de
evangelização. E ajunta: “Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores. Eu sou
o primeiro deles”! Não se trata de um desprezo e exclusão dos justos, fariseus
e escribas que viviam a lei com perfeição. Não entendendo a vontade do Pai, se
puseram contra o Filho. Assim Jesus, com a parábola do filho perdido que é
acolhido com festas, ensina que a salvação é para quem precisa. Vemos que no
livro do Êxodo, no caso do bezerro de ouro, pecado com o qual o povo rejeita o
Deus que o tirara do Egito, por ter colocado sua glória numa imagem de um
bezerro que come capim (Sl 105,20). Moisés
convence Deus a não destruir o povo. A conversão é motivo de festa no Céu:
“Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converte, do que por
noventa e nove justos que não precisam de conversão” (Lc
15,7).
Na Igreja que privilegiamos os bons e desprezamos os “ruins” aos nossos olhos.
Somos chamados a ter a atitude de Jesus, que é a de seu Pai.
Este teu irmão
Na parábola do filho perdido há
um diálogo importante que nos faz ver sua continuação alertando os fariseus
para que eles acolham os pecadores. O pai acolhe. O filho mais velho, que viveu
sempre junto do Pai, não percebeu a riqueza que tinha em mãos. Viveu com o pai e não percebeu que tinha tudo e quanto era
querido. Recusa, como os fariseus, a participar da festa da volta. Ele acusa o
pai dizendo: “Esse teu filho que gastou ... teus bens, fazes festa”. O pai lhe
devolve a fraternidade: “Esse teu irmão estava perdido e foi encontrado. É
preciso festejar e alegrar-nos, porque ele estava morto e tornou a viver” (Lc
15,29-32).
Pelo fato de ter se perdido, não perde o direito de ser amado. O filho mais
velho é a figura dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus para com os
pecadores. Diz Jesus: Vocês procuram até achar uma ovelha ou uma moeda perdidas
. Mais alegria há no céu por um só pecador que se converte do que por noventa e
nove justos que não precisam de conversão (Id 7). As pastorais
de nossas igrejas privilegiam os bons que não dão um passo. A Igreja não os
despreza. Infelizmente não há uma opção clara e decidida pelos “pecadores” e
pobres. Deveria acontecer que todos os “santos e bons”, se movessem em favor
dos necessitados. Pior é que dizem que é política. Deus não desiste.
Encontrei misericórdia
Paulo, na primeira carta a
Timóteo, diz que foi buscado por Deus que teve confiança nele para designá-lo a
seu serviço. Ele era um bom judeu e fariseu convicto e fiel. Ele blasfemava,
insultava e perseguia os cristãos. Cristo veio ao mundo para salvar os
pecadores. E eu sou o primeiro deles! Mesmo que a trajetória de Paulo seja
única e diferenciada, tem consciência de ser uma ovelha perdida. Mais que
perdido é convicto de estar no caminho certo. A misericórdia de Deus o desperta
para Cristo. Perseguindo os cristãos, perseguia Cristo. É bom vermos nosso
caminho pessoal de encontro com Cristo.
Leituras: Êxodo 32,7-11.13-14;Salmo 50;
1 Timóteo 1,12-17;Lucas 15,1-32.
Ficha
nº 1892 - Homilia do 24º Domingo Comum (15.09.19)
1. Jesus, com a parábola do filho
perdido, ensina que a salvação é para quem precisa.
2. A atitude do filho mais velho reflete
o comportamento dos fariseus que não aceitam a atitude de Jesus.
3. Paulo tem consciência de ser uma
ovelha perdida. E escolhida para o ministério.
O bezerro fez a festa
Os
empregados, não estavam entendendo o assunto. Ele tem valor só porque que vai
haver um churrasco. O empregado diz: Seu pai mandou matar um novilho gordo. É
interessante ver a alegria do empregado pela festa. Vai sobrar para eles
também. Sabem que é porque o pai recuperou o filho com saúde. Tudo concorre
para manifestar a alegria da salvação. É festa no Céu, é festa na terra.
Toda
a parábola mostra qual é a missão de Jesus e é também uma indicação de como
devemos nos envolver com Ele na salvação dos abandonados. Sem isso, não passamos
de fariseus bons, mas que não entendem o projeto de Jesus. A Igreja tem
dificuldades de assumir esse projeto. Poderíamos sanar tantos males. E haveria
alegria.
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