Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“A
riqueza que permanece”
Bom administrador
Lucas nos apresenta os
ensinamentos de Jesus sobre as questões de dinheiro, mostrando a maneira nova e
segura de gerir os bens. Conta, para isso, a parábola do administrador espertalhão.
O homem administrara mal os bens do patrão. O patrão pede uma séria prestação
de contas. Vendo-se em dívida e apertado, o administrador apela para o costume
de então, de tirar lucro com os negócios que fazia pelo patrão. É louvado por
sua esperteza em se safar da situação. Jesus diz uma frase dura: “Os filhos
desse mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”... “Fazei
amigos com o dinheiro da iniquidade, a fim de que, no dia em que faltar, vos
recebem nos tabernáculos eternos” (Lc 16,8-9). Por que são
mais lerdos que os filhos das trevas? Porque não aproveitam o que possuem para
fazer o bem na caridade. Assim disse Jesus: “Usai o dinheiro injusto para fazer
amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas!”... Por
isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o
verdadeiro bem? ... Se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo
que é vosso?”(Lc 16,9.11-12). Os bens
materiais são bons quando são destinados a produzir o bem. É a economia
espiritual que atinge o homem no seu todo. Jesus disse na casa de Lázaro que “pobres
sempre tereis entre vós” (Mt, 26,11). Sempre haverá
necessidades que nos empobreçam. Esse processo realizou Jesus que, sendo rico
se fez pobre. Não se trata de tirar os bens do outro, mas que haja um saber
partilhar. Nem pobre, nem rico, mas irmãos.
Dois senhores
Temos a continuação da parábola
com a afirmação: “Ninguém pode servir a dois senhores. Cristianismo sem a
caridade é ideologia. Jesus sempre nos toca o coração para termos seu coração misericordioso.
Vemos, pela leitura do livro de Amós, a que ponto se chega quando se vive na
ganância. A maldade parece eterna. O homem, sem Deus é um animal pouco
racional. É o que estamos vendo na sociedade. A ganância torna os seres
inteligentes e muito competentes, verdadeiros monstros devoradores de tudo.
Monstro é o que destrói o humano. Jesus ensina que o verdadeiramente humano
pode ser divino, como Ele foi. O mundo cresce em sabedoria, mas perde em
humanidade. O verdadeiramente humano é terreno fértil para o Divino. Basta ser
como Deus: “Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho,
para fazê-lo assentar-se com nobres de seu povo” (Sl 112). Os pobres
podem ser nossos mestres em solidariedade. Sabem partilhar. O conhecimento pode
inchar, mas a sabedoria nos faz crescer. Mesmo a Igreja e seus muitos
departamentos podem viver a mentalidade consumista e exploradora, pior, do
sagrado.
Deus quer todos salvos
Encontramos essas situações
difíceis na sociedade, fruto da falta de fé ou da ganância, às vezes
institucionalizadas. Paulo, na carta a Timóteo tem um remédio salutar:
“Recomendo que se façam preces, e orações, súplica e ações de graças, por todos
os homens; pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos... Isso é bom
e agradável a Deus” (1Tm 2,1-2). A oração é
excelente remédio para todos. E estimula a rezar pelas autoridades, “para que
possamos levar uma vida tranqüila e serena, com toda piedade e dignidade” (1Tm
2,2).
Nós não fazemos a ligação de um noticiário que nos mostra tantos problemas e
situações calamitosas, com a oração da comunidade. A prece dos fiéis na
litúrgica pede que se apresentem as intenções locais. A liturgia é vida.
Leituras: Amós 8,4-7; Salmo 112; 1 Timóteo 1,1-8;
Lucas 16,1-13.
Ficha
nº 1894 - Homilia do 25º Domingo Comum (22.09.19)
1. Os bens materiais são bons quando são
destinados a fazer o bem.
2. O mundo cresce em sabedoria, mas
perde em humanidade.
3. Estimula a rezar pelas autoridades,
“para que possamos levar uma vida tranqüila”.
Sujeito ruim de negócio
Hoje o ensinamento parece um
final de mês quando só se fala naquilo que falta para completar o orçamento.
Todo mundo é vítima de uma exploração, da situação, da falta de gestão. Vemos,
no antigamente, o quanto já havia de reclamação sobre a maldade dos
exploradores.
Jesus
passa para uma necessidade contrária: não se trata de explorar, mas de fazer
render para o bem. Aqui está o nó da economia cristã. Nossos negócios vão além
de nosso território, vão até às colinas do Céu. Na medida em que aplicamos na
terra para o bem dos outros, abrimos uma conta no Céu e adquirimos um bom
território.
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