Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Deus
não se faz esperar”
Os gritos dos pobres
“Jesus contou
aos discípulos uma parábola para mostrar-lhes a necessidade de orar sempre e
nunca desistir” (Lc 18,1). Há críticas a respeito da
oração de pedido, sobretudo se são para coisas materiais ou a situações muito
humanas, como no caso da parábola da viúva era desprotegida. Até nisso
dependemos de Deus. Jesus explica a oração como uma súplica insistente. A viúva,
com sua insistência, convence o juiz a cuidar de sua causa. Deus não se cansa com
nossas insistências. Pelo fato de seus escolhidos não terem outra defesa que
sua bondade, não vai deixar de lado sua causa e o fará logo, não deixando
esperar. As Sagradas Escrituras sempre colocam Deus como protetor dos fracos e
pobres. O que venceu o juiz foi a insistência da pobre viúva. As viúvas, com a
morte dos maridos, ficavam totalmente desamparadas. O fiel cristão está
desprotegido na sociedade, mas tem certeza da pressa de Deus em atendê-lo.
Assim deve ser a oração. Não para dobrar Deus, mas para sermos sempre
insistentes. A insistência é um modo de oração. Rezar não é falar muitas coisas
para Deus, mas muitas vezes a mesma coisa (Beato Charles
de Foucauld).
E Deus fará justiça bem depressa. A oração insistente é ouvida por Deus que
sempre atende e logo. A atitude de Moisés em oração pelo sucesso da batalha é
dada como modelo de oração. Assim permanece em oração o tempo todo, com a ajuda
de Aarão e Ur que lhe sustentam os braços. A oração participada tem mais valor.
Jesus diz uma coisa complicada: “O Filho, quando vier, encontrará fé sobre a
terra? (Lc 18,8). Sem a oração a fé desfalece.
De onde vem nosso socorro?
A oração permanente é o requisito
fundamental para nossas vitórias. É a garantia. O altar é a pedra sobre a qual
se firmam os que buscam a Deus em sua oração. O Salmo 120 mostra que o socorro
vem de Deus. Essa sempre renovada confiança é a garantia de ter ajuda. Moisés
pede a vitória sobre o inimigo. Temos um inimigo muito mais forte porque pode
penetrar as decisões de nossa vida. Por isso o salmista diz que levanta os
olhos para os montes, para o alto. Lá está Aquele que fez o céu e a terra, por
isso pode continuar fazendo tantas coisas. Deus nos guarda constantemente: “Ele
não deixa tropeçarem os meus pés e, não dorme quem te guarda e te vigia... O
Senhor te guardará de todo o mal, Ele mesmo vai cuidar da tua vida! Deus te
guarda na partida e na chegada. Ele te guarda desde agora e para sempre!”(Sl
120). A
proposta permanente de Deus para o sustento de nossa fé é estar sempre cuidando
de nós. Nossa resposta é a permanente atitude de estar sempre buscando sua
proteção e sua ajuda. Somos fracos, mas temos onde nos escorar.
A Palavra que reza
Paulo escreve a seu querido
discípulo, a quem nomeara como supervisor de uma grande área de seu ministério,
que insistisse muito na formação das comunidades, sobretudo pela pregação.
Timóteo sempre fora fiel aprendiz da Palavra. “As Sagradas Escrituras têm poder
de te comunicar a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus”. Não
basta um conhecimento superficial, como uma bíblia de enfeite. Ela é inspirada
por Deus. Na Palavra encontramos o caminho da oração. Rezamos pela Palavra e a
Palavra nos ensina a rezar. Por isso Paulo diz a Timóteo que proclame a Palavra
e insista. Por isso temos que ouvir a Palavra que nos conduz à oração
insistente, pois insistente deve ser nossa oração seja insistente. Moisés
ensina a não abaixar os braços. Ensina também que devemos ajudar uns aos outros
na oração comum. Ela tem força de vencer as batalhas.
Leituras: Êxodo 17,8-13; Salmo 120;2 Timóteo
3,14-4,2; Lucas 18,1-8.
Ficha
nº 1902 - Homilia do 29º Domingo Comum (20.10.19).
1. A oração insistente é ouvida por Deus
que sempre atende e logo.
2. A oração permanente é o requisito
fundamental para as vitórias.
3. Temos que ouvir a Palavra que nos
conduz à oração insistente.
Escolinha
de Jesus
Aprendemos, quando estudávamos que a repetição é a mãe dos estudos. Repetindo fixamos o conhecimento. Assim também, buscando sempre, podemos fixar em nós os ensinamentos de Jesus. Ensina também a rezar sempre, não para convencer Deus de nossas necessidades, mas de nos convencer da necessidade de buscar sempre a Deus.
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