Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Emanuel,
Deus conosco”
A origem de Jesus
Estamos sempre diante de um
grande mistério da fé: Crer na boa notícia que José recebe: “Não tenhas medo de
receber Maria como tua esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo.
Ela dará à luz um filho, e tu Lhe darás o nome de Jesus, pois Ele vai salvar o
seu povo dos seus pecados” (Mt, 1,21). Assim se
cumpre a profecia do Emanuel, Deus Conosco. “Quando acordou, José fez conforme
o Anjo do Senhor havia mandado e aceitou sua esposa” (Mt
1,23-24 – Is 7,14).
Maria deu seu consentimento para realizar a missão de dar luz o Filho de Deus,
o Emanuel – Deus Conosco. O Anjo falou a José em sonho. O sonho era um dos
caminhos da manifestação de Deus. Mas esse caminho vem acompanhado de uma visão
de fé. De um sonho José é capaz de amadurecer em si os propósitos de Deus. O
sonho tem valor? Sim, se acolhido na fé madura. Vemos igualmente como o
evangelista interpreta o sonho a partir da Palavra de Deus. Jesus que nasce de
Maria é Filho de Deus e ao mesmo tempo filho da humanidade. Deus Conosco não é
uma distante divindade, mas um Deus que se faz presente como no Paraíso,
escolhe Abraão e os patriarcas, tira o povo do Egito, conduz pelo deserto,
falou pelos profetas. Sempre se exigiu de seus profetas uma adesão pessoal. É a
mesma que acontece em Maria e José. Souberam discernir o que era de Deus e o
que podia não ser de Deus. O que o sonho garante? Mesmo hoje, os homens e
mulheres que marcam sua presença no mundo são os que caminharam como os
antigos, como vendo o invisível.
Vocação e apostolado
Acolher Jesus Cristo é
anunciá-Lo. Paulo diz de se: “apóstolo por
vocação, escolhido para o Evangelho de Deus (Rm 1,1). A Encarnação dá início ao anúncio
da maior Verdade: Deus se fez homem e na condição humana realiza nossa redenção
e nos associa a si para o ministério. Vemos em Maria, a primeira missão: “Naqueles dias, levantando se Maria, foi com
pressa às montanhas, a uma cidade de Judá. E Entrou
em casa de Zacarias, e saudou Isabel” (Lc 1, 39-40). A Encarnação e o Nascimento são a
grande proclamação da Palavra de Deus que se encarnou para que pudéssemos
participar da divindade. Deus não veio impor uma religião, mas transmitir a
participação de sua Vida Divina. Não é uma participação por união de ideias
sentido de grupo, mas comunhão que se estabelece por parte de Deus e com
acolhimento. Vemos nos fatos do tempo do Natal o grande acolhimento que
acontece com os pastores, Magos, Simeão, Maria e José que não são funcionários
do Sagrado, mas intimamente unidos ao Filho, pela fé e pelo amor derramado em
seus corações. O anúncio evangelizador penetra todas as condições humanas. Não
é possível resistir a tanta entrega de Deus. Deus Conosco – Emanuel - não é um
personagem a mais na história, mas a ponto de encontro do Universo e Deus.
Incomodar a Deus
Não entrar nos caminhos de Deus é
um processo de liberdade fictícia, pois o caminho de Deus é único. O ser humano
tende necessariamente para Deus. Pode-se recusar intelectualmente,
afetivamente, mas Deus não se molda aos nossos sentimentos, pois ele os precede
e nos assume. Vimos o rei Acab que não quer entrar na “jogada de Deus”. Não
para ser um incômodo. O silêncio de Maria não era mutismo, mas a espera do
momento de Deus se comunicar. Deixou que o mistério da entregada de Deus se
fizesse no caminho das pessoas. José acolheu o Divino na condição humana.
Ensina que Deus age em nós.
Leituras: Isaías 7,10-14; Salmo 23;Romanos 1,1-7;
Mateus 1,18-24
Ficha
nº 1920 - Homilia
do 4º Domingo do Advento (22.12.19)
1. José é capaz de um sonho amadurecer
em si os propósitos de Deus.
2. Deus
não veio impor uma religião, mas transmitir a participação de sua Vida Divina.
3. Deus não se molda aos nossos
sentimentos, pois ele os precede e nos assume.
Dia do chato
Quem é chato tem
o privilégio de sê-lo sempre. Já o rei
Acab não quer incomodar a Deus. É chato porque foi capaz de incomodar o povo e
a Deus. Não foi capaz de entrar nos tempos de Deus. Quis fazer tudo por si e
acabou mal.
Deus,
ao enviar seu Filho quis precisar dos que sabem ouvir a Deus e acomodar sua
vida a seus planos. São capazes de assumir suas funções na vida para que Ele
possa realizar seus planos em nós. Deus não quer personalidades. Quer gente que
faça. Essa é a personalidade. Todos simples, todos cheios de boa vontade e
disposição.
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