quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Padre Luiz Carlos - REFLETINDO A PALAVRA

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Glória a Deus”

                                                Colocou-O numa manjedoura                        
           Depois de um rico Advento no qual a vinda futura de Jesus se funde com a sua vinda na carne, pudemos conhecer o desígnio de Deus sobre nossa salvação. Aquele que nasce entre as palhas, na humildade, virá glorioso, mas humilde, para recolher na seara do Reino, os frutos maduros para a ceifa. Vendo uma criancinha dormindo em paz em um cocho, o universo se abre à maior revelação: O Deus, que era vingador até quarta geração, é o Pai amoroso que acolhe todos os filhos. É a paz que os anjos cantam (Lc 2,14). O Anjo diz a Maria e aos pastores: “Não tenham medo” (Lc 2,10). É de paz que Ele vai falar. A paz de uma criança adormecida é a semente da esperança. Em seu corpo ele realiza a união entre a Humanidade e a Divindade. Há paz entre Deus e o homem. Jesus, em seu corpo, realiza a salvação da humanidade. “Ele é nossa paz: de ambos os povos fez um só, tendo derrubado o muro de separação entre judeu e pagão, e suprimindo em sua carne a inimizade. A fim de criar em si mesmo um só Homem Novo, estabelecendo paz e de reconciliando a ambos com Deus em um só Corpo por meio da cruz... assim, Ele veio e anunciou a paz” (Ef 2,14-15). Essa paz não é um momento de suavidade, o que é também, mas é uma ação de Deus realizada por seu Filho nascido numa manjedoura, num mundo dominado pelo poder romano. Os humildes foram para provar essa paz. São os primeiros anunciadores, pois “voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora dito” (Lc 2,20). A paz une a manjedoura à cruz num único gesto de amor para a paz.
Manifestou-se a graça
           Paulo a Tito diz: “A graça de Deus se manifestou trazendo a salvação a todos os homens. Ele nos ensina a abandonar a impiedade e as paixões humanas e viver nesse mundo com equilíbrio, justiça e piedade... (Tt 2,11). O Menino da manjedoura tem uma dimensão maior que uma criança adormecida. Ele vem para restaurar o Universo. Mas quer também restaurar nosso coração de modo que viva intensamente a paz que trouxe. O mundo só se renova quando os corações são renovados e as atitudes são novas. A fé não se coaduna com a maldade. “Ele se entregou por nós, para nos resgatar de toda maldade e purificar para si um povo que lhe pertença e que se dedique a praticar o bem” (Tt 2,14). A graça de Deus manifestada em Jesus. Ele é a graça e a misericórdia. Chama-nos a viver com coerência. Não basta crer e admirar. Deus quer de nós atitudes que reflitam nossa opção pelo Redentor de todo homem. Se queremos ser redimidos, sejamos redentores através do Evangelho vivo que temos em nós por crer em Jesus. Aprender do Natal é ser Natal durante nossa vida, construindo a paz.
Ele nos ensina
           O Natal é um livro que ensina verdades sempre novas. Não é sem razão que o Apóstolo Evangelista João diz que a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1.14). É uma Palavra que ensina. É uma Palavra que está na manjedoura, lugar onde os animais se alimentam. Ela sempre alimenta. Nós vimos sua glória (Idem). Deus se fez visível: “Filipe, quem Me vê, vê o Pai” (Jo 14,9). Dizer que entramos na escola de Nazaré é ter a sabedoria de aprender de Jesus, o Filho de Deus que se encarnou, o modo de viver para corresponder ao mistério que celebramos. No Natal não somente lembramos um aniversário, mas celebramos a Manifestação de Deus. Podemos dizer que vimos a Deus com nossos próprios olhos (1Jo 1,1). Vimos e anunciamos para que tenhamos comunhão.
Leituras: Isaías 9,1-6; Salmo 95; Tito 2,11-14;Lucas 2,1-14
Ficha: nº 1921 - Natal do Senhor (25.12.19)

1. O Deus, vingador até a quarta geração, é o Pai amoroso que acolhe todos os filhos.
2. O Menino da manjedoura tem uma dimensão maior que uma criança adormecida.
3. No Natal não só lembramos um aniversário, mas celebramos a Manifestação de Deus.

Não tenhais medo

           Há dois tipos de medo: medo do feio e medo do bonito demais. O medo que temos de Deus não é de correr para longe, mas de se sentir pequeno demais para algo tão grande e bonito.
           O Anjo diz aos pastores que não tenham medo. A coisa é muito boa. Nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Ninguém pode se aproximar de Deus sem o sacro temor, isto é, com o respeito devido a Deus que atrai para Ele. Por isso o Anjo diz não temer. Deus é bom. Isso Ele mostrou quando colocou seu Filho num cocho como alimento.


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