Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“EIS O CORDEIRO DE DEUS!”
Manifestado
a Israel
Iniciamos o Tempo Comum do
Ano Litúrgico. Neste tempo não celebramos nenhuma festa que seja memória de um
acontecimento da vida do Senhor, mas celebramos o Mistério de Cristo na sua
globalidade. Nesse tempo damos importância particular ao domingo como dia do
Senhor. É o cotidiano da vida, celebrado como presença do Senhor. Usamos a cor
verde significando que vivemos voltados para a realização do Mistério Pascal de
Cristo em nós e em nossas pequenas coisas do dia a dia, na expectativa da vida
eterna. Nada de nossa vida está fora da luz que emana do Mistério de Cristo.
Sua Paixão e Morte estão presentes em nosso caminhar sofrido. Sua Ressurreição
está presente em nossa esperança em nossa capacidade de compreender a vida a
partir da Palavra de Deus. Todos anos, no segundo domingo, lemos o evangelho de
João. É a apresentação de Jesus aos discípulos, como o faz hoje João Batista. Consciente
de sua missão de preparar o caminho, o apresenta ao povo de Israel e agora aos
discípulos. Colocamos-nos junto com os discípulos para o seguimento de Jesus na
caminhada desse ano de 2020. A apresentação que João Batista faz é muito clara:
“Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Ele está cheio do Espírito Santo. Ele é o Filho de Deus.
João dá a ficha daquele que é a salvação que vai chegar até os confins do
mundo. Esta salvação é direcionada a todos.
João
apresenta Jesus como Cordeiro
Jesus é chamado de Cordeiro
de Deus. É uma expressão bonita e rica, pois traz em si um ensinamento profundo
sobre Jesus. Entre as figuras do Antigo Testamento que são profecias sobre
Jesus, está a figura do cordeiro. Por exemplo: Abraão oferece um cordeiro no
lugar de seu filho Isaac (Gn 22.13). No templo são oferecidos
dois cordeiros por dia (Ex 29,39). Jeremias faz uma das mais
belas profecias usando a imagem do cordeiro: “Mas eu, como um cordeiro manso
que é levado ao matadouro” (Jr 11,19; Is 53.7). Deste modo, percebemos que
o cordeiro expressa as atitudes de Cristo como redentor. Ele é sacrificado
silenciosamente por nossos pecados. No tempo antigo o sangue dos cordeirinhos
sacrificados afastava os maus espíritos, como diziam, e protegiam os rebanhos.
Assim Jesus com seu sangue afasta de nós o mal e nos dá nova vida. O cordeiro
pascal é o símbolo maior, pois ele é sacrificado e seu sangue afasta o anjo
destruidor. Agora Cristo é verdadeiro cordeiro pascal (1 Cor 5,7). O Cordeiro sacrificado na Cruz é a luz das nações (Is 49,6). O livro do Apocalipse mostra que Ele é digno de toda
honra. Ele estará no trono com Deus seu Pai (Ap 22,3). Por isso temos, na
Eucaristia, diversas vezes, a chamada do Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, como ouvimos na liturgia.
Luz
das Nações
Jesus
se põe a serviço de todos, de modo particular em sua Paixão onde Se oferece para
salvação do mundo. No momento em que eram sacrificados os cordeiros pascais no
templo, Jesus era sacrificado no Calvário. Em seu serviço à humanidade, Jesus é
identificado com o Servo Sofredor que aparece no livro de Isaias. É uma figura
que não se identifica com outro personagem. São quatro cânticos que descreve
esse amado de Deus que dá a vida. É fiel a Deus, mesmo na perseguição. Sua
missão é universal: “Não basta seres meu servo para restaurar as tribos de
Jacó... Eu te farei luz das nações para que minha salvação chegue aos confins
da terra” (Is 49,6). Deus não desqualificou o povo
de Israel, mas levou-o a cumprir sua missão de ser o anunciador a todos os
povos.
Leituras: Isaías 49,3.5-6;Salmo 39; 1Coríntios
1,1-3;João 1,29-34.
Ficha
nº 1928 -Homilia do 2º Domingo Comum (19.01.20)
1. Nada
de nossa vida está fora da luz que emana do Mistério de Cristo.
2. João apresenta Jesus como Cordeiro.
3. Jesus se põe a serviço de todos, de
modo particular em sua Paixão.
Mandou eu faço!
João cumpriu sua
missão, sem querer se colocar como o Messias, o que não deixava de ser uma
tentação. Até o povo pensava que ele fosse o Messias. Recebeu a missão de Deus
e a levou a cabo, sabendo ser aquele que preparou os caminhos para o Senhor e
que tem a sabedoria de sair de cena quando Jesus inicia sua missão. Isso causa
uma grande impressão em Jesus que valorizava seu primo.
Assim
também nós se quisermos levar Jesus ao mundo, temos que sair de cena, dar
espetáculo, mas promover sempre mais o conhecimento de Jesus e de sua Igreja
que é sua continuadora. Ela não é o centro, é o instrumento. Olhando para a
igreja deste século, entristece o nosso coração, o grande número de
representantes que usam o nome de Jesus, para promoverem seus próprios nomes.
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