Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Convertei-vos”
Uma luz se levanta
A Palavra de Deus salienta
fortemente o início da pregação de Jesus, como o sair das trevas de um mundo
abandonado. Jesus é a luz que surge das trevas e inicia sua caminhada
monumental de iluminar o mundo com a luz que não se apaga. Depois de passar
pelo batismo e pelo deserto tentado pelo demônio, Jesus está fortalecido pelo
amor do Pai e pela Palavra do Antigo Testamento. Recebe a notícia da prisão de
João. Podemos até pensar que está encerrado o ciclo de João. Agora vem o tempo
definitivo. Jesus inicia seu ministério numa terra mal vista, a Galiléia. Esta
região de Israel está na fronteira com o mundo pagão. E muitos pagãos vivem no
território. Eram mal vistos pelos judeus fiéis que estavam em Jerusalém. Viviam
na escuridão. A esses, o profeta Isaías promete um futuro luminoso: “O povo que
vivia na escuridão viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da
morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). É como sair de
uma grande escuridão e ter razões para muitas alegrias. Essa realidade se dá em
Jesus que é a luz que ilumina todo homem que vem a esse mundo. O salmo
explicita de onde vem essa luz: “O Senhor é minha luz e salvação” (Sl
26).
O Senhor é sempre a luz. Por isso Jesus diz de si mesmo: “Eu sou a luz do
mundo. Quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo
8,12).
A luz é vida. Por isso a conversão encaminha para a luz. Jesus proclama a
conversão porque o Reino de Deus está próximo (Mt
4,17).
Jesus e seu Espírito constituem essa luz que tira os povos da escuridão. Vir
para a luz é acolher o Reino que Jesus anuncia próximo.
Colaboradores da missão
Assim que começa o anúncio da conversão,
Jesus reúne os companheiros para a missão. Um dia Jesus lhes dirá: “O Espírito
Santo... dará testemunho de mim. E vós também dareis testemunho porque estais
comigo desde o começo” (Jo 15,27). Estando com
Ele, vivem juntos para depois comunicarem. O chamamento de Jesus se dá à beira
do lago, entre os humildes e fortes pescadores. São chamados para a mesma
missão de Jesus: serem pescadores. O lago significa o mundo; e a pesca, a
missão de lançar a rede da Palavra. Eles, estando sempre com Ele, aprendem suas
atitudes e mentalidade para anunciarem o Evangelho na força de Cristo. É o que
vemos em Paulo, na primeira carta aos Coríntios: “Cristo não me enviou para
batizar, mas para pregar a boa nova da salvação, sem me valer dos recursos da
oratória, para não privar a cruz de Cristo de sua força própria” (1Cor
1,17).
A missão de Cristo continua integral em seus discípulos. Jesus convida para que
sejam “pescadores de homens”. Fez um jogo de palavras para comunicar a missão e
que essa missão não se confunde com apego a grupos. Não admite divisões ou
preferências. O que se exige é que estejamos concordes: “Eu vos exorto, pelo
nome do Senhor Jesus, a que sejais concordes uns com os outros... sejam
concordes no pensar e no falar” (Id 10).
Exigências da resposta
Jesus chama os primeiros
discípulos em seu ambiente natural de trabalho. E eles respondem prontamente:
“Imediatamente deixaram as redes e O seguiram” (Mt
4,20).
Não fizeram perguntas ou explicações. Imediatamente aceitaram. O Reino de Deus
tem pressa e pede que os seus não se prendam a pequenas coisas, mas lancem
longe suas redes. Essa missão inclui igualmente as atitudes de Jesus: “Jesus
andava por toda a Galiléia, ensinando em suas sinagogas e pregando o Evangelho
do Reino e durando todo o tipo de doença e enfermidades do povo” (Mt
4,23).
Não bastam palavras, é necessária a permanente atitude de cuidado com o ser
humano total. Por isso nossas palavras não convencem.
Leituras
Isaías 8,23b-9,3; Salmo 26; 1Coríntios 1,10-13.17; Mateus 4,12-23
Ficha
nº 1930 - Homilia do 3º Domingo Comum (26.01.20)
1. Jesus é a luz que surge das trevas e
inicia sua caminhada de iluminar o mundo.
2. Eles aprendem suas atitudes e
mentalidade para anunciarem o Evangelho na força de Cristo.
3. O Reino de Deus tem pressa e pede que
os seus não se prendam em pequenas coisas, mas lancem
longe suas redes.
Interruptor
Nada como encontrar o interruptor
numa sala escura. Podemos identificar todas as coisas. Tudo toma vida. Assim
também aconteceu com o mundo que, ao receber Jesus, se ilumina e tira as trevas
que cobrem o universo. Tudo toma vida e fica claro.
Não podemos ter uma vida que seja
simplesmente calendário que passa, mas vida que penetra iluminando tudo o que
nos cerca. Com a luz de Cristo podemos continuar sua missão com sua força e sua
mentalidade.
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