Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Quinta-Feira
Santa”
Consagra-os na Verdade!
A
celebração memorável da Páscoa do Senhor é o maior momento da vida da
comunidade cristã e dela nascem todos os outros momentos os quais se enchem de sentido
e significação. Somos agraciados com um sempre maior conhecimento de Cristo e,
podemos assim corresponder ao seu amor por uma vida santa (coleta
da missa do 1º dom. da Quaresma). Cada cerimônia é memorial e formativa.
Jesus continua sua missão através das celebrações. Temos o Tríduo Sacro. É um
único Mistério em três momentos: Na Quinta-Feira Santa celebramos a memória da
Ceia do Senhor. A seguir a Morte e,
depois, a Ressurreição. São muitos os ensinamentos. Realiza em sinais o que vai
realizar concretamente. É o momento da participação sacerdotal dos discípulos.
É chegada sua hora de passar desse mundo para o Pai. Nesse contexto, o Senhor dá
aos discípulos o dom que o Pai lhe dera. “Tendo amado os seus que estavam no
mundo, amou-os até o extremo do amor” (Jo, 13,1). Este amor é manifestado
no lava-pés, quando, retiradas as vestes solenes, toma a toalha do escravo.
Desvestir-se é um aceno à Paixão (Jo 19,23-24). É uma ruptura
com a ceia antiga. Lavar os pés dos discípulos é explicado os termos “ter parte
comigo”. Lembramos que Moisés lavou os filhos de Aarão para o sacerdócio (Lv
8,6).
Quando Pedro recusa, Jesus lhe diz que, desse modo, não terás parte com Ele. É
a fundamentação do “envio ao mundo” (Jo 17,18). Envia porque
são consagrados pela Verdade (17). E diz: “Por
eles a mim mesmo Me consagro para que sejam consagrados na verdade”
(19).
Lavar os pés, no serviço humilde, é expressão para ter parte com Ele.
É Páscoa do Senhor
A Páscoa “é uma festa memorável
em honra do Senhor” (Ex 12,14). Normalmente
fazemos a festa para nós. Mas é para o Senhor. Festa é o grande reconhecimento
da imensidão de benefícios que recebemos. No caso, o benefício da salvação
maravilhosa. Como os judeus e mais ainda nós que cremos, podemos render graças
ao Senhor, pois nos libertou com seu sangue, purificando-nos. Dá-nos vida como
poupou os primogênitos e protege contra os inimigos que destroem nossa vida
cristã. Ela nos coloca em relacionamento com o Deus generoso manifestado em
Cristo. Sua vida, morte e ressurreição são transformadas numa festa ao Senhor.
É o acolhimento total de sua vontade. Somos agregados a Ele em sua entrega
agradecida em sacrifício de agradável odor. Por termos sido adotados como
filhos, com a natureza do Filho Jesus, podemos participar de sua Páscoa que é
nossa Páscoa. Seu sangue, como o do cordeiro, purifica nossas almas, nossas
casas e afasta o inimigo que mente, negando a Verdade que é Cristo.
Tomai e comei
A
Eucaristia é celebrada desde o início da comunidade cristã (At
2,42).
Estava unida a uma refeição. Não era a ceia pascal, pois esta era celebrada uma
vez só por ano. Permaneceram no mandato de Jesus de fazer como Ele fez, para proclamar
sua morte até que Ele venha. Toda celebração clama pela vinda do Senhor. Quer
dizer que não é uma comida especial, mas uma comida que está aberta à vinda do
Senhor. Por isso em cada missa dizemos: “Anunciamos, Senhor, sua morte,
proclamamos sua vida e buscamos a ceia definitiva no Reino Celeste. Rezamos:
“Deus, que hoje nos renovastes pela ceia de vosso Filho, dai-nos ser
eternamente saciados na ceia do seu Reino”. Vem Senhor Jesus! Que sua vinda nos
ensine a viver o dom que nos destes de ter parte com o Senhor. Cada Eucaristia
nos abre ao dom de ter e ser parte com Ele para realizar sua missão.
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