Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Não se perturbem”
Eu sou o Caminho
São João nos
traz em seu evangelho, como que o derramar do coração de Jesus cheio de ternura
pelos seus “filhinhos”. Ali o discípulo amado bebeu da própria fonte as
riquezas de nossa fé. Primeiramente garante que não os esquecerá. E mais: “Vou
preparar-vos um lugar” (Jo 14,2). Quando estiver
pronto esse lugar, virá buscá-los para estar com Ele, pois já conhecem o
caminho. Tomé questiona: “Não sabemos para onde vais. Como poderemos conhecer o
caminho” (Id 5). A resposta ecoa pela Igreja
como base para tudo. Jesus responde: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Ninguém vai ao Pai senão por mim” (id 5). A fé cristã só
se realiza em Jesus. Não há outra opção, pois existe uma única fé. Uns estão
mais próximos e outros distantes. Jesus não é uma ideia, um conhecimento. Ele é
a Verdade Viva. Existem verdades escritas, mas Ele as torna vivas. É o único
caminho para o Pai. Há gente que se blasona de ser ateu, ou ter uma religião
própria ou... ou... Mas o mínimo que tenha (pois todos têm), está unido a
Jesus. Assim está unido ao Pai, pois é o único Caminho. Ele é o caminho. Vimos
que Ele é a Porta. Só por Ele se entra na fé, se vai ao Pai e se vai ao mundo.
A centralidade de Jesus é fundamental. Há muita espiritualidade, muita devoção
a santos, novenas, orações milagrosas, medalhas, correntes... Tudo bom, mas se
Jesus não for o centro e o caminho, não vai haver a Vida. Ele é a Vida. Se crermos
O temos como centro e a Vida. Essa Vida se manifesta nas obras. Suas obras
manifestavam a vida que Ele tinha junto ao Pai.
Igreja de pedras
vivas
Pedro apresenta
mais um aspecto de Cristo: Ele é a pedra angular. Nós somos pedra vivas: “Vós,
como pedras vivas, formai um edifício espiritual, um sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (1Pd
2,5).
Há em nossa fé um sentido de continuação do que Cristo era e fazia. Jesus disse
em sua primeira aparição depois da Ressurreição: “Como o Pai me enviou, Eu vos
envio” (Jo 20,21). Também diz: “Essa continuação
não se refere somente aos apóstolos. Jesus rezou: “Não rogo somente por eles
(apóstolos), mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim” (Jo
17,20).
Tudo que estava em Cristo para nossa salvação está na Igreja em seus
sacramentos e em seus fiéis. A Igreja não é um edifício de tijolos, mas de
pessoas. Cristo é o fundamento de todo esse edifício-Igreja. Como pedras vivas,
diz Pedro: “Vós sois raça escolhida, o sacerdócio do Reino, a nação santa, o
povo que ele conquistou para proclamar as obras admiráveis daquele que vos
chamou das trevas para a luz maravilhosa” (id. 9).
Igreja é serviço
A Igreja é
espiritual e continua a Encarnação de Cristo. Mas está ainda nas condições
humanas, como foi Jesus. Deve usar todos os meios para evangelizar e levar
todos a viver e a construir o Reino de Deus na terra. Vive a condição humana e
se organiza criando serviços e usando os dons que o Espírito concede. Por isso
podemos entender o porquê da instituição de homens que se dediquem à caridade.
São escolhidos sete “homens de boa
fama, repletos do Espírito Santo e sabedoria” (At 6,3). Recebem a
imposição das mãos. Por que os apóstolos criam esse ministério que se firmou
como parte do sacerdócio de Cristo? Para que pudessem se dedicar inteiramente à
oração e ao serviço da Palavra. Essa dimensão é essencial no exercício do
sacerdócio. Por oração podemos entender a celebração dos sacramentos, e também
como seguimento do Cristo Orante.
Leituras:
Atos 6,1-7;Salmo 32; 1 Pedro, 2,4-9; João 14,1-12
Ficha nº 1960 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (10.05.20)
1. A Fé cristã
só se realiza em Jesus.
2. Tudo que
estava em Cristo para nossa salvação, está na Igreja em seus sacramentos.
3. A Igreja deve
usar todos os meios para evangelizar e a construir o Reino de Deus.
Atalho que deu certo
Diz-se que nem sempre o atalho encurta
caminho. Para ir para o Pai, não existe caminho mais curto. Há um só caminho:
Jesus. Ele mesmo disse: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao
Pai senão por mim” (Jo 10,6). Tem razão de ser assim, pois
Ele foi o enviado do Pai para a salvação. Ele tem o mapa do caminho, tem as
indicações e o sustento.
É claro que é bom fazer outros
caminhos que não comprometam a vida, como comprometeu a vida Dele até o
extremo. Fazer uma religião a nosso modelo é mais fácil, mas é um caminho
perigoso. Quer saber como discernir? Jesus responde: “Entrai pela porta
estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição” (Mt
7,13).
Jesus fez um atalho nesse caminho
largo. Deu certo.
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