“EnPadre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Encontramos o Messias”
Manifestação aos discípulos
Fechamos
com o evangelho de hoje o Ciclo da Manifestação. João apresenta Jesus para os
dois discípulos. Nas bodas de Caná, “manifestou-se sua glória e os discípulos
creram Nele”. A própria celebração litúrgica faz essa unidade, como rezamos nas
vésperas do dia da Epifania: “Celebramos neste dias três mistérios: Hoje a
estrela guia os Magos até o presépio. Hoje a água se faz vinho para as bodas.
Hoje Cristo no Jordão é batizado para salvar-nos”. Nesse domingo, não lemos evangelho das bodas de Caná, mas um texto
sobre João Batista apresentando Jesus. Os discípulo crêem e O seguem. Jesus, ao
iniciar sua missão segue o esquema: “passou, viu, e chamou”. A passagem de
Jesus é sempre uma manifestação de sua pessoa. Vemos como os discípulsos deixam
tudo, imediatamente. Jesus não permite delongas ou ficar enrolando. Podemos
chamar esse domingo de vocacional: Deus chama Samuel, Jesus chama os dois
discípulos dizendo “vinde e vede”, Paulo diz que quem adere ao Senhor, torna-se
com Ele um só espírito. É tudo um processo. Seguir Jesus é fazer corpo com Ele
e com os que O seguem. Cada chamamento conduz a uma missão. André noticia a
Pedro o encontro com o Messias. Eles permaneceram com Ele aquele dia, diz o
evangelho. Eram quatro da tarde. O dia começava ao cair da tarde. Houve uma
convivência prolongada.
Cordeiro de Deus
Por que Jesus é chamado de Cordeiro? Não
houve dúvida dos discípulos. Seguiram Jesus. João Batista diz: Eis o Cordeiro
de Deus. Cordeiro em aramaico é tália; é um termo muito rico de
significado. Além do animal significa rapaz, rapaz de confiança, servo. E um mesmo
pedaço de pão. Há um rito oriental que chama a hóstia de cordeiro. O cordeiro
está presente na vida do povo como parte dos bens; está ligado aos sacrifícios
do templo; É com ele que se faz a ceia pascal. Jesus é identificado com o
Cordeiro, que vai mudo para a morte. No templo os cordeiros eram sacrificados
para o perdão dos pecados e para o louvor. Jesus é chamado de o Cordeiro que
tira o pecado do mundo. Contemplemos o Cordeiro do Apocalipse que, em seu
sacrifício, conquistou a vitória decisiva. No Céu, conforme o Apocalipse, um
rio de água da vida saia do trono de Deus e do Cordeiro (22,1). Ele é a
lâmpada do céu: “A cidade do Céu não precisa de sol ou lua para a iluminar,
pois a glória de Deus a ilumina, e sua lâmpada é o Cordeiro”. Temos a imagem de
Jesus como Cordeiro ferido, morto, mas ressuscitado glorioso. Todos são
convidados para o banquete das núpcias do Cordeiro com a Igreja (Ap
19,9)
que é a união total de todos com Cristo. João, ao apresentar Jesus, não o faz
como um primo pouco conhecido, mas como Aquele que vem da parte do Pai para uma
missão. A Esse os discípulos seguiram.
Fazer a vontade
Deus chamou Samuel que respondeu
imediatamente. Os discípulos, à indicação de João, seguem Jesus e perguntam
onde mora. Ele diz: “vinde e vede”. Essas respostas imediatas são um aspecto do
seguimento de Jesus, como Ele o fazia como o mais importante. Assim rezamos no
salmo 39: “Eis que venho”, sobre mim está escrito no livro: “Com prazer faço a
vossa vontade, Guardo no meu coração a vossa lei” (Sl
39).
Podemos fazer tantas coisas no Reino de Deus, criar maravilhas, mas a primeira
condição é “fazer a vontade de Deus”. Se a vontade de Deus é que eu me recolha
em silêncio, e eu o cumpro, faço mais do que se fizesse muitas coisas boas por
minha vontade. Assim fez Jesus.
Leituras 1
Samuel 3,3b-10.19; Salmo 39;João 1,35-42.
Ficha
nº 2032 - Homilia do 2º Domingo Comum (17.01.21)
1. A passagem de Jesus é sempre uma
manifestação de sua pessoa.
2. João apresenta Jesus como Aquele que
vem da parte do Pai para uma missão.
3. Podemos fazer tantas coisas pelo
Reino. Mas a condição é “fazer a vontade de Deus”.
Curiosidade também dá certo
A gente fala que curiosidade
também mata. Mas, tem hora que dá certo, pois quem procura acha tanta coisa
boa. É pior a situação de quem acha que o que está aí já basta. Até os
bichinhos têm curiosidade. É o jeito de aprender e crescer.
Esses
dois que seguiram Jesus depois da indicação de João Batista, deram uma de
curiosos. João indicou e eles foram atrás. Jesus cismou daqueles dois e
perguntou o que queriam. Diante da pergunta, vem uma resposta meio atordoada.
Não sabiam o que queriam. Mestre, onde moras? Jesus não deu endereço. Mas
convidou para ir ver. A prosa foi longe. Imaginemos: Onde era? Não importa. Já
estavam lá. O que falaram? E ficaram aquele dia, sendo que já eram quatro da
tarde. E o dia começava às seis. Então jantaram, conversaram. Jesus os introduz
na sua vida e pessoa.
Por
isso, no dia seguinte podem afirmar: “Encontramos o Messias”! E logo levam
Pedro para conhecê-Lo. Também recebe uma missão.
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