Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“FONTE
DE ÁGUA VIVA”
Liturgia batismal
Não estamos acostumados com batismos
na Vigília Pascal. Assim, a Vigília perde parte de sua força catequética. Mas
ela foi instituída justamente para os batismos. Mas, na Igreja, há regiões onde
há batismos de adultos. A Congregação Redentorista no Vietnam assumiu uma
região e estão com 10.000 catecúmenos. Veja a notícia: (Gai Lai,
Vietnam) – “A missão católica redentorista na minoria
étnica J’Rai na província de Gia Lai recebeu com alegria 300 adultos para serem
batizados durante a Vigília Pascal em 3 de abril de 2021”. No inicio do
cristianismo batismo era feito por imersão. Em torno desse acontecimento foi
idealizada uma liturgia, que chegou ao que temos. Toda celebração de Vigília
Pascal deveria ter batismos. Por que? O Batismo realiza em nós a Páscoa de
Jesus, através dos símbolos batismais. Mesmo que a água não seja tão abundante,
a realidade é a mesma e realiza o mesmo sacramento. Uma gota d’água em Cristo é
um mar. A liturgia batismal se iniciava com o catecumenato e a preparação
durante os domingos da Quaresma, com leituras próprias como temos no ciclo do
ano A. O batismo era feito por etapas. E pode-se fazer assim, acho que deveria
sê-lo. No Sábado Santo eram celebrados os ritos do batismo por imersão. Mergulhar
na água é símbolo da morte. O sair da água, sinal de ressurreição. Assim nos
unimos a Cristo em sua Páscoa.
Sinal de libertação
A temática da água é muito forte:
vemos pelas leituras da criação, libertação do Egito pela passagem do Mar
Vermelho. Como Cristo que morreu e ressuscitou. Assim também o que é batizado é
sepultado na água, como morto e sepultado com Cristo. A identificação ritual
com Cristo mostra-nos bem a força ritual do aspecto mistérico. Fazemos por
símbolos, o que Cristo viveu em pessoa na realidade. Fazemos com ritos e
palavras que explicitam o que Deus realiza em nós. É o que chamamos de Mistério
– Sacramento. Mergulhar significa morrer com Cristo. Entrar nas águas significa
lavar, purificar, como o povo fez através do Mar Vermelho: Mata o mal e lava as
impurezas do pecado, liberta da escravidão de nosso Egito, salva da morte.
Lembramos a morte dos primogênitos egípcios. Pelo sinal do sangue nas portas
foram salvos os primogênitos hebreus. Assim, livres do pecado entramos no reino
da Graça.
Sinal de Ressurreição
A Ressurreição O tirou da morte, pois
venceu a morte, e lhe deu a vida. Cristo não voltou à vida, como foi o caso do
Lázaro, mas passou à Vida e não morre mais. Por isso diz que a Vida venceu a
morte. Paulo escreve em 1ª Coríntios um tratado sobre a Ressurreição. Notamos o
texto final: “A morte foi absorvida na vitória. Morte, onde está a tua vitória?
Morte, onde está o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado” (1Cor
15,54-55).
Em nós, o pecado causou a morte. Em nós a graça do Batismo, que vem da
Ressurreição de Cristo, nos leva à Vida. Na morte de Jesus na cruz há um
símbolo: De seu lado aberto pela lança saiu sangue e água. Água que purifica e
mata a sede de Deus. As vestes brancas do Batismo são símbolo da graça e da
vida nova que receberam. A luz lembra a
fé que ilumina, aquece e purifica. O fogo da graça está em nós e não pode ser
apagado pelo pecado. A água do batismo tem também o caráter matrimonial da
Igreja; Cristo se entregou pela Igreja a fim de purificá-la com o banho da água
e santificá-la pela Palavra. Havia um ritual do banho da noiva para
apresentá-la ao noivo, no caso Cristo.
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