Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Creiamos em Jesus”
Permanecei em mim
Celebrando a Páscoa de Jesus, é
bom perguntarmos se sabemos o que é Páscoa. Usamos a saudação de “Feliz Páscoa”
quando ainda não é parte importante de nossa vida, mas somente um dia do
calendário. Ela é a fonte de tudo o que somos e sabemos sobre salvação e
Igreja. Paulo insiste: “Cristo é nossa Páscoa” (1Cor
5,7).
O sacrifício do cordeiro purificava do pecado. Cristo, Cordeiro de Deus, com
seu sacrifício, purificou-nos de todo o pecado e instaurou uma vida nova. O
fermento novo nos faz massa nova. Não massa cujo fermento é o mal. Como vivemos
essa nova vida? Jesus nos conta a bela parábola da videira e seus ramos. Como
um ramo tem vida? Permanecendo unido à videira para dar fruto: “Permanecei em
mim e Eu permanecerei em vós. Como os ramos não podem dar fruto por si mesmo,
se não permanecerem na videira, assim também vós, não podereis dar fruto se não
permanecerdes em Mim... sem Mim nada podeis fazer” (Jo
15,4-5).
Páscoa permanente é a união a Cristo. Assim damos frutos, como é o desejo do
Pai. Essa é a glorificação e o culto que podemos fazer (Id7). O projeto de
vida cristã consiste na permanente união a Cristo. Assim Cristo produz frutos
em nós e através de nós que somos galhos unidos ao tronco. Tudo o que fazemos é
Cristo que faz em nós: O ramo que corta essa ligação seca e é queimado. Essa
união ao tronco nos dá uma garantia de força da oração: “Pedi o que quiserdes e
vos será dado” (Id 7). É a oração na força de Cristo vida.
Guardar os mandamentos
João, em sua carta, nos convida a
amar “em ações e em verdade”. Nisso não há pecado porque Deus é maior e conhece
nosso coração. “Se nossa consciência (coração) não nos acusa, temos confiança
em Deus que é maior que nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo
3,19-21).
Temos certeza de sermos ouvidos no que pedirmos, pois temos confiança junto de
Deus. Por que será que tanto no evangelho, como na leitura, há essa insistência
de pedir e ser ouvido. Somos carentes e necessitamos até de coisas humanas.
Mais ainda das espirituais. Os pedidos devem estar em torno da união ao tronco
que é Cristo e dos frutos do Reino que possamos produzir. O que significa
permanecer unido ao tronco, senão “observar os mandamentos fazendo que é de seu
agrado”? O mandamento é claro: “Este é o seu mandamento: que creiamos no nome
(na Pessoa) do seu Filho Jesus Cristo nos amemos uns aos outros” (1Jo
23).
“Quem guarda os mandamentos permanece em Deus e Deus com Ele. Que Ele permanece
conosco, sabemo-lo pelo Espírito que nos Ele nos deu” (Id
24).
Liberdade que salva
Rezamos na oração da missa:
“Concedei aos que creem no Cristo, a liberdade verdadeira e a herança eterna”.
Paulo, que fora perseguidor, por um magnífico dom da graça, acolhera totalmente
a fé em Cristo. Lentamente foi conhecendo o Evangelho e assumindo fortemente a
missão de evangelizar. Esse processo de libertação o transforma. Quem conhece o evangelho não deixa de dar a
vida por Cristo. Em Jerusalém, Barnabé o introduz no grupo apostólico.
Imediatamente começa a perseguição. Paulo, à medida que vai se unindo a Cristo,
se torna o maior apóstolo. Ele mesmo diz que trabalhou mais que os outros
apóstolos (1Cor 1,15-10). A liberdade de
se dar totalmente a Cristo o torna livre em relação a todos e pode assim assumir
a evangelização dos pagãos. A liberdade dada pela fé em Cristo o transforma de
judeu fiel seguidor das tradições, em um livre seguidor de Cristo.
Leituras: Atos 9,26-31; Salmo 21; 1João 3,18-24;
João 15,1-8.
Ficha
nº 2062 - Homilia do 5º Domingo da Páscoa (02.05.21)
1. Páscoa permanente é a união a Cristo.
2. Temos certeza de sermos ouvidos, pois
temos confiança junto de Deus.
3. Quem conhece evangelho não deixa de
dar a vida por Cristo.
Quebrando
galho
Quando nos encontramos, em
situações difíceis, um quebra-galho resolve bem nossos problemas. Quebrar galho
é remendo. Jesus não é um quebra-galho de nossa vida. Nós somos o galho. Ele
nos quebra para nos unirmos a Ele. Assim, unidos, temos vida e damos frutos.
Ele nos ajuda, quebra nosso galho quando nossa vida não tem sentido, pois não
está unida a seu sentido, o sentido que dá vida.
A
ressurreição de Jesus trouxe uma nova vida. Trouxe a Vida. Essa quebra da nossa
fraqueza, nos une como testemunhas da Vida que dura.
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