Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Recebei
o Espírito Santo”
Enviai
vosso Espírito
A
História da Salvação se faz através das grandes teofanias de Deus que se faz
presente para revelar seu mistério e nos atrair à comunhão com Ele. Desde a
criação, tem repetidas vezes aberto os tesouros de sua misericórdia. Em nossa
salvação manifestou-se em seu Filho como Homem-Deus. Foi uma manifestação
prolongada. Não foi ruidosa, mas como o orvalho sobre a relva (Dt
32,2). Deus quer salvar pela ternura. Se não for por
amor, mas pelo temor não muda o coração (S.Afonso).
A teofania de Pentecostes tem algo a ver com a teofania de Deus no Sinai quando
nasce o povo (Ex 20,18-21).
O Espírito vem como libertador de todas as pressões. Ali, diante do Espírito,
está reunido o universo, representado pela diversidade dos povos.
Geograficamente eles fazem um círculo a Jerusalém. Renovando esse momento pela
celebração memorial de Pentecostes, a manifestação toca o coração e realiza
aquela mudança monumental que aconteceu nos apóstolos. De tímidos e escondidos,
saem com o vigor que vem até nós. Hoje e sempre, Igreja está em permanente
súplica: “Vinde, Espírito Santo e enchei o coração dos vossos fiéis com a luz
de vosso amor”. Por quê? O Espírito Santo é vida em nós. Ele é o respiro
espiritual como o ar (Jesus o chama de vento – Jo 3,8)
que mantém a vida. Pedir o Espírito é pedir que a vida se mantenha. Rezamos
para que santifique a Igreja e o mundo para que se realizem em nós o que se
realizou no início da pregação do evangelho (Oração).
Santificais
a vossa Igreja
Jesus, em seu Mistério Pascal, deu o
Espírito fazendo a unidade de todos os momentos de salvação, como no anúncio,
na Cruz, na Páscoa e em sua Glorificação. Por isso, na celebração litúrgica
rezamos: “Deus, que enriqueceis a vossa Igreja com os bens do Céu, conservai a
graça que lhe deste para que cresçam os dons do Espírito”. Não confundamos dons
pessoais com os dons eclesiais. Os dons do Espírito são a vida que dá à Igreja
em seu ministério fundamental que é servir o Senhor e anunciar a graça do
Evangelho. Existem os dons pessoais que enriquecem a Igreja na comunidade e são
maravilhosos para a conversão e oração. Quem acolhe o dom, seja para a Igreja
parceiro na evangelização e criativos na caridade para com os necessitados.
Quem se fecha não tem o Espírito de Deus. A santificação se faz pela vitória
contra todo o mal, vencendo toda divisão para que todos sejam o Corpo de
Cristo. Santificação não é só um momento espiritual, mas a vida do Corpo de
Cristo que somos nós (Rm 12,5).
O Espírito não é uma devoção pessoal, mas é ser fiel envolvido na evangelização pela
palavra e pela ação.
Pela
graça e pela pregação
Ao
morrer, Jesus nos dá o Espírito. Na primeira aparição Jesus dá a paz que é a
plenitude dos dons de Deus. Depois diz: “Recebei o Espírito Santo. A quem
perdoardes os pecados, eles serão perdoados, a quem não os perdoardes,
ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,19.22).
É o dom da Redenção que chega a todos na paz universal. Nesse momento os
discípulos são enviados com todo o poder de Cristo: “Como o Pai me enviou,
também eu vos envio” (Jo 19,21).
A missão de Cristo para a implantação do Reino de Deus está nas mãos dos
discípulos que agem no Espírito Santo. O fenômeno maravilhoso da compreensão do
Evangelho está na reunião da variedade das línguas e na confissão da mesma fé. É
a plenitude do mistério Pascal (prefácio). Todos ficaram cheios do Espírito
Santo e proclamavam as maravilhas de Deus (At 2,4.11).
Leituras: Atos 2,1-11;Salmo 103;1Coríntios
12,3b-7.12-13; João 20,19-23
Ficha:
nº 2068 – Homilia de Domingo de Pentecostes (23.05.21)
1. Pedir o
Espírito é pedir que a vida se mantenha.
2. Os dons do
Espírito são a vida da Igreja para anunciar a graça do Evangelho a todos.
3. A missão de
Cristo está nas mãos dos discípulos que agem no Espírito Santo.
Vento
Sem Poeira
Engraçado!
Deus apronta cada leréia! Acho que entende bem nossa cabeça. Quanto mais
confuso, mais claro. Veja a criação do mundo: Do nada saiu tudo. Escolhe pessoas
de seio morto para ser mãe de um povo. Só por Deus! Jesus, para ser proclamado
o Senhor, nasceu escondido num estábulo. O Espírito que é silêncio, vem no meio
de uma ventania. O vento sopra onde quer, mas não precisa exagerar.
Acho
que para seguir o Espírito e o jeito de Deus, temos que fazer mais confusão. O
normal não anuncia nada. Dizemos: Já sabia. Os apóstolos saíram tinindo depois
daquele momento. Quando mais confuso o avesso do bordado, mais precioso é o
desenho.
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