quarta-feira, 21 de julho de 2021

COM O CORAÇÃO DO PAI - Padre Luiz Carlos de Oliveira - CSSR

 

Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

COM O CORAÇÃO DO PAI

 

150 anos de proteção

                       Vamos iniciar a reflexão sobre um documento que o Papa Francisco escreveu comemorando os 150 anos da declaração do Papa Pio IX declarando São José como Padroeiro da Igreja dia 08 de dezembro de 1870, cujo título é: (Com o Coração do Pai – Patris Corde). O Papa Francisco diz que quer “deixar a boca falar da abundância do coração”. Não é um tratado, mas uma reflexão de filho.  Pio IX escrevera: “Agora, nesses tempos tristíssimos em que a Igreja, atacada de todos os lados pelos inimigos... os Veneráveis Bispos de todo o mundo católico dirigiram ao Sumo Pontífice as suas súplicas e as dos fiéis por eles guiados, solicitando que se dignasse constituir São José como Patrono da Igreja Católica. Tendo depois, no Sacro Concílio Ecumênico do Vaticano I, insistentemente renovado suas solicitações e desejos, o Santíssimo Senhor Nosso Papa Pio IX... para confiar a si mesmo e os fiéis ao patrocínio do Santo Patriarca José, quis satisfazer os desejos dos Excelentíssimos Bispos e solenemente declarou-o Patrono da Igreja Católica, ordenando que a sua festa, marcada em 19 de março, seja de agora em diante celebrada com rito solene”. Celebrando os 150 anos dessa declaração, o Papa Francisco escreveu: “Para partilhar convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão próxima da condição humana de cada um de nós”. Declarar São José Patrono é reconhecer seu permanente lugar e sua missão em nossa vida cristã.

Patrono da Igreja Universal

           Papa Francisco afirma: “Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo. Os meus antecessores aprofundaram a mensagem contida nos poucos dados transmitidos pelos Evangelhos para realçar ainda mais o seu papel central na história da salvação: o Beato Pio IX declarou-o «Padroeiro da Igreja Católica», o Venerável Pio XII apresentou-o como «Padroeiro dos Operários»; e São João Paulo II, como «Guardião do Redentor». O povo invoca-o como «padroeiro da boa morte». São José já é tudo isso e muito mais, por ser aquele que foi tido como o pai de Jesus. Mas é bom para os cristãos reconhecerem a presença desse homem em suas vidas. Temos que ver que o Papa Francisco não quis arranjar mais um serviço para S. José, mas lembrar aos cristãos o que Deus fez a esse homem simples, mas vigoroso em prol da Igreja e dos fiéis. Ele foi o primeiro a acreditar nessa missão. Acolhendo e cuidando do filho que era Filho de Deus e de sua Mãe, está acolhendo todos os irmãos. É um cristão especial. Ele está na linha dos patriarcas. O evangelho fala pouco dele, pois já se sabia ele quem era.

O povo devoto

           Podemos perguntar qual a razão de S. José aparecer tão pouco na bíblia? O Evangelho anuncia a missão de Jesus, passa seus ensinamentos para a Salvação. Como Maria, ele cumpriu sua missão e viveu o Evangelho Vivo. Os textos do Evangelho não falam do que é obvio e já conhecido e vivido pela comunidade primitiva. Está unido à infância de Jesus. Este é reconhecido como seu filho. Dá a impressão que ele é o primeiro fiel a viver os ensinamentos de Jesus. Com Maria, formou o coração e a mente humana desse Menino. Ensinaram como Jesus deveria ser em sua missão. Vemos aí seu lugar privilegiado no Mistério de Jesus. Não é só uma devoção, mas um conhecimento e reconhecimento de sua missão. Ele se liga ao Pai em seu ministério como pai de Jesus.

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