Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
São José nos
Evangelhos (3)
Relatos bíblicos
Em seu ensinamento sobre S. José, o
Papa Francisco faz uma retomada de todos os textos que falam de José. É a única
fonte que temos. Lemos: Profissão: Era um humilde carpinteiro (Mt 13,55). Estado civil: Desposado
com Maria (Mt 1,18; Lc 1,27). Conceito: Um
«homem justo» (Mt 1,19), sempre pronto a cumprir a vontade de Deus
manifestada na sua Lei (Lc 2,22.27.39). Comunicação com Deus: Através de
quatro sonhos (Mt 1, 20; 2, 13.19.22). Fatos: Depois duma viagem longa e
cansativa de Nazaré a Belém, viu o Messias nascer num estábulo, «por não haver
lugar para eles» (Lc 2,7) dentro de casa. Foi testemunha da adoração dos
pastores (Lc 2,8-20) e dos Magos (Mt 2,1-12), que representavam o povo de Israel e os povos pagãos. Atitudes: Teve a
coragem de assumir a paternidade legal de Jesus, a quem deu o nome revelado
pelo anjo: dar-Lhe-ás «o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus
pecados» (Mt 1,21). Dar o nome a uma pessoa ou a uma coisa
significava conseguir pertença, como fez Adão na narração do Gênesis (2,19-20). Fatos: No Templo, quarenta dias depois do nascimento, José, juntamente
com Maria, – ofereceu o Menino ao Senhor
e ouviu a profecia que Simeão fez a respeito de Jesus e Maria (Lc 2,22-35). Situações difíceis:
Para defender Jesus de Herodes, residiu no Egito (Mt 2,13-18). Regressado, viveu
na pequena Nazaré, na Galiléia – de onde «não saia nenhum profeta» (Jo 7, 52); durante uma
peregrinação a Jerusalém perderam Jesus e, angustiados, andaram à sua procura,
encontrando-O após três dias no Templo discutindo com os doutores da Lei (Lc 2,41-50).
Com o coração do
Papa
Percebe-se como o Papa Francisco leu
com carinho todas essas passagens da Escritura sobre S. José. Esse Papa não tem
medo de ser gente e deixar falar o coração e não a biblioteca. Lembrando que
está comemorando um gesto do Papa Beato Pio IX, recorda que “nenhum santo ocupa
tanto espaço no magistério pontifício como S. José”. Pio IX o declara “Padroeiro
da Igreja Católica”. Pio XII apresentou-o como “Padroeiro dos Operários”. São
João Paulo II, declara-o como “Guardião do Redentor”. O povo, mais prático, o
chama de “padroeiro da boa morte”. No Brasil, no censo de 2010, havia 5,7
milhões de pessoas com o nome de José. Ele é o banco para onde acorrem os
responsáveis das finanças na Igreja, quando se rapa o fundo do cofre. Com o
coração cheio de simplicidade, comemorando os 150 anos da declaração de São
José como Padroeiro da Igreja Católica, assim escreve: “Para partilhar
convosco algumas reflexões pessoais sobre esta figura extraordinária, tão
próxima da condição humana de cada um de nós”.
Presente no meio
do povo
O Papa Francisco escreve, como bom devoto,
“que todos podem encontrar nele –que passa despercebido, o homem da presença
quotidiana, discreta e escondida - um intercessor e um guia nos momentos de
dificuldade”. Dá a impressão que São José está do nosso lado, é um dos nossos e
não um santo distante, num altar. Faz também um paralelo com os que, na
pandemia, dedicaram-se silenciosamente, pela maré de infectados e no meio de
tantos mortos. Seus nomes não são lembrados. Mas eles foram decisivos para a
salvação de tanta gente. Diz também: “São José lembra-nos que todos aqueles que
estão, aparentemente escondidos ou em segundo plano, têm um protagonismo sem
paralelo na história da salvação. A todos eles, dirijo uma palavra de
reconhecimento e gratidão”.
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