Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
S. José, Pai Amado (4)
Grandeza de
S. José
Celebrando os
150 anos da proclamação do Papa Pio IX de S. José como Patrono da Igreja, coisa
que ele já fazia, vamos refletir sobre o que o Papa Francisco escreveu em
Patris Corde – (Com o Coração do Pai). No primeiro aspecto o atual Papa se
refere ao termo Pai amado. Afirma com S. João Crisóstomo, que ele “colocou-se
inteiramente ao serviço do plano salvífico”, pelo fato de ter sido esposo de
Maria e o Pai de Jesus. No caminho da encarnação de Jesus, teve seu lugar
claro: Esposo e Pai. O evangelho não diz você vai ser pai, mas “O que nela,
Maria, foi gerado, vem do Espírito Santo”. E a seguir lhe diz qual o projeto de
Deus para ele: “Ela dará à luz um filho e
tu O chamarás com o nome de Jesus” (Mt 1,20-21). S. Paulo VI,
em 19 de março de 1966, ensina que “sua paternidade se exprimiu, ‘em ter feito de sua
vida um serviço e um sacrifício ao mistério da Encarnação e à missão redentora;
em ter usado da autoridade legal que detinha sobre a Sagrada Família para lhe
fazer dom total de si mesmo, da sua vida e de seu trabalho; em ter convertido a
sua vocação humana ao amor doméstico na oblação sobre-humana de si mesmo, do
seu coração e de todas as capacidades no amor colocado ao serviço do Messias
nascido na sua casa’”. Dizemos que é pai, quem cuida. É um exemplo de
santificação e realização cumprindo uma missão. Diante da lei assumiu seu lugar
de pai. Jesus era em tudo como “Filho de José” (Jo 6,42).
Na História
da Salvação
Encontrou seu lugar no plano de Deus. Isso não o
fez menor. O povo de Deus soube acolher sua presença. Na evangelização dos
primeiros tempos e nos estudos dos Santos Padres escritores, o interesse estava
voltado para as questões do conhecimento de Cristo. Mas José foi sempre amado
pelo povo cristão. O culto se tornou mais vigoroso a partir de Pio IX.
Conhecemos santos que foram seus devotos, como é o caso de Santa Teresa de
Ávila que escreve: “Eu tomei por advogado e senhor o glorioso São José e encomendei-me
muito a ele” (Livro da Vida, 6,6). Pelo fato de não ter sido propagado tanto o culto
é porque estava na consciência do povo de que, o que é normal, não precisa ser
explicado. O conhecimento da doutrina do mistério de Cristo levou séculos para
se esclarecer. O povo, contudo, gosta de santos que fazem coisas maravilhosas.
São José foi muito normal em sua realidade extraordinária. Nisso se torna
modelo de espiritualidade: Fazer bem as coisas da vida. Nisso José seguia seu
modelo: Jesus Homem-Deus. Jesus era muito humano.
Ide a José
O
Papa diz que os manuais de oração, a piedade da quarta-feira, o mês de março
são testemunhas dessa devoção. Há uma explicação tirada do Antigo Testamento. É curioso que o nome José esteja
no início da história do povo de Deus. É o patriarca José que salva sua
família, mesmo depois de ter sido vendido como escravo. Depois, quando veio a
fome no Egito, o Faraó diz ao povo: “Ide a José e fazei o que ele vos disser” (Gn
41,55). Com
essa comparação o Papa continua: “Enquanto descendente
de Davi (Mt 1,16.20), de cuja raiz deveria nascer Jesus segundo a
promessa feita ao rei pelo profeta Natan (2Sam 7), e como esposo de
Maria de Nazaré, São José constitui a dobradiça que une o Antigo e o Novo
Testamento. S. José pode ser compreendido como administrador da casa de Deus.
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