Padre Luiz Carlos de Oliveira Missionário Redentorista |
Exultai cantando
alegre
A liturgia do
terceiro domingo do Advento e do quarto domingo da Quaresma têm uma
característica comum, como rezamos: “Estes sacramentos nos purifiquem dos
pecados e nos preparem para as festas que se aproximam” (Pós-Comunhão). É como olhar o
horizonte e ver os primeiros raios do amanhecer do dia pleno que chega. Temos
hoje uma liturgia alegre, festiva, animada pelos próximos acontecimentos. A alegria
vai aumentando, como rezamos: “Dai chegarmos às alegrias da salvação e
celebrá-las com intenso júbilo na solene liturgia” (Oração). A profecia de
Sofonias convida a cantar e rejubilar porque Deus revogou a sentença de
condenação, afastou os inimigos e está presente no meio do povo (Sf
3,14-15).
A presença de Deus no meio do povo é sua segurança. O cântico de Isaias nos
descreve essa alegria: “Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é
grande em vosso meio o Deus santo de Israel” (Is 12,6). A alegria do
Natal é tão grande que sua preparação já é um tempo de alegria. A liturgia
continua na carta de Paulo aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor; eu
repito alegrai-vos” (Fl 4,4). O mistério da
Encarnação é um motivo de grande alegria. Uma liturgia deve sempre transbordar
de alegria. Os mistérios de Deus não são ensinamentos frios e sem sentimentos.
Eles são penetrados pela Encarnação do Filho. Na noite do Natal ouviremos o que
dizem os Anjos aos pastores: “Eis que vos anuncio uma grande alegria: ‘“Hoje
nasceu para vós um salvador, o Cristo Senhor’” ( Lc
2,10).
Essa alegria deve dominar nossa celebração. Alegres porque ele está conosco.
Preparar para as
festas
A fonte da
alegria encontra sua raiz na ação salvadora de Deus e na colaboração do homem
que procura o bom caminho. Vemos como João Batista dá às diversas categorias de
pessoas que o procuravam, as indicações como praticar a conversão em suas
vidas. Diziam: “Que devemos fazer?” É interessante que sua pregação é concreta:
Aos ricos que saibam partilhar; aos cobradores de impostos ensina a retidão nos
negócios; às autoridades policiais manda respeitar as pessoas e não explorar
extorquindo-as. Sua pregação dava ares de estarem na presença do Messias. João
estava na expectativa do Messias e não sai de sua missão que era preparar sua
vinda. Este homem sabia o seu lugar. É uma grande lição para a pregação na
Igreja: deve atingir todas as categorias de pessoas, não nivelando, mas
mostrando com verdade cada situação. Preparar a vinda do Messias, esperando por
seu Natal, nos leva a assumir atitudes de conversão. Essa conversão vai ser o
melhor modo de nos preparar para receber o Senhor em seu Natal. Somente a
alegria da conversão pode nos conduzir ao verdadeiro Natal.
A alegria seja
vossa força (Ne
8,10)
A alegria do Senhor é algo que
nasce de seu Ser. Não é algo exterior, mas é o seu viver em união e nos dar a
participar em comunhão com seu Ser. Somos uma religião da alegria. Viver a fé é
a capacidade de encontrar o sentido da vida. Por isso a alegria interior de
estar em nosso lugar, vivendo em consonância com Aquele que nos dá a vida, não
provém do exterior. Aqui percebemos porque Neemias diz que a “alegria do Senhor
seja vossa força”. A alegria de Deus estava, naquele momento, na restauração do
povo e em sua reconstituição. Ela está numa participação e não somente numa
causa exterior. Sentir-se em Deus está na capacidade de gerar condições de
vida.
Leituras: Sofonias 3,14-18ª;
Cântico de Isaías 12,2-6; Filipenses 4,4-7; Lucas 3,10-18.
Ficha nº 2130 - Homilia do 3º Domingo do Advento (12,12-21)
1. A alegria do
Natal é tão grande que sua preparação já é um tempo de alegria.
2. Preparar a
vinda do Messias é assumir atitudes de conversão.
3. Sentir-se em
Deus está na capacidade de gerar condições de vida
Remédio para tudo
João Batista, em
sua pregação, tocava diferentes corações que buscavam uma via diferente. Que
devemos fazer, diziam? Para cada situação, a resposta estava na conversão.
Assim, o remédio é o mesmo para situações diferentes. Depois que se toca o
coração é possível a mudança.
O homem saído do deserto, trazia sua
experiência de encontrar em Deus a resposta para todas as coisas. Não se trata
de um remédio bom para tudo e, na verdade, para nada, mas de um remédio que tem
tudo para todos.
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