Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Escolhido
com amor”
Profissão de profeta
Jesus, na
sinagoga de Nazaré, iniciou sua missão com a solene proclamação, tirada do
profeta Isaias: “O Espírito do Senhor está sobre Mim... Consagrou-Me com a
unção para anunciar a boa nova aos pobres...” (Lc
4,l7ss).
Está na linha da profecia de Jeremias que foi escolhido desde o seio materno (Jr
1,5).
Os operários da colheita devem ser pedidos ao Pai (Lc
10,2).
Os profetas autênticos são escolhidos, desde o seio materno (Jr
1,5).
Sendo escolhido por Deus, recebe o Espírito Santo para essa missão. Por isso
diz a Jeremias: “Eu te consagrei e te fiz profeta das nações” (Jr
1,5).
Ser consagrado é ser colocado sob a ação direta do Espírito Santo. No Batismo
de Jesus vemos a manifestação de Deus: “O céu se abriu, e o Espírito Santo
desceu sobre Ele em forma corporal como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és o
meu Filho bem amado. Eu, hoje te gerei!” (Lc 3,22). Lucas sempre
diz que Jesus agia movido pelo Espírito Santo (Lc
4,14).
Em sua missão, o profeta é anunciador do Reino de Deus: “Convertei-vos porque
está próximo o Reino de Deus” (Mt 4,17) e confirma pela
experiência de anunciar: “O Reino de Deus está entre vós” (Lc
17,20).
Em Nazaré apresentou seu programa de missão que renova todo homem: “evangelizar
os pobres, proclamar a remissão dos presos, aos cegos a recuperação da vista,
para restituir a liberdade aos oprimidos e para proclamar o ano da graça do
Senhor” (Lc 4,18). A unção do Espírito e a missão
profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a face de Deus no
homem está destruída.
Dom mais elevado
A caridade (o
amor) é o conteúdo da profecia, como é conteúdo da Encarnação. “Foi deste modo
que se manifestou o amor de Deus para conosco: Deus enviou o seu Filho unigênito
ao mundo, para vivermos por Ele” (1Jo 4,9). Sem o amor, a caridade em ação, a profecia e a vida
cristã não existem. O amor foi a vida e o ensinamento de Jesus. Ele amou ao
extremo: “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o extremo do
amor” (Jo. 13,11). Amou e se entregou levando ao extremo
seu amor. A leitura nos leva a perceber até onde vão as consequências da opção
pelo amor. O texto de Coríntios é uma leitura autobiográfica de Paulo, coisas
que aprendeu de Jesus. O final desse texto monumental resume tudo: “Atualmente
permanecem essas três coisas: fé, esperança, caridade. Mas a maior delas é a
caridade” (1Cor 13,13). O amor de
redenção se explica pelo próprio amor de Deus. Em sua missão, como a colocou na
sinagoga de Nazaré, não dizia de algo distante ou intelectual, mas de um HOJE
que concretiza a ação de Deus. Sempre quando realizamos as obras do amor,
estamos realizando o Hoje do Reino de Deus. Quem não age de acordo com ele é inimigos
da cruz de Cristo. É o retrato do cristão inimigo do Evangelho (Fl 3,18-19). Esses são os piores inimigos da Cruz de Cristo.
Anunciar é denunciar
Temos visto como
a pregação que toca a consciência dos cristãos que vivem uma fé sem
compromisso. Precisa ver se é fé. Como sempre agridem por não terem razão. Os
verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade.
Mostrar onde estão os males da sociedade e da Igreja será sempre causa de
perseguição para os profetas, como foi para Jesus em Nazaré. Naquele dia já
queriam jogá-Lo num precipício. E, um dia, culminarão em colocá-Lo na cruz. É o
destino dos fiéis profetas. Os falsos profetas serão sempre cortejados e
apoiados. Mas vai chegar o dia da colheita. Sejamos fiéis.
Leituras:
Jeremias 30.01.22; Salmo 70;1Cor 12.31-13,13; Lucas 4,21-30
Ficha nº 2144 - Homilia
do 4º Domingo Comum (30.01.22)
1. A unção do
Espírito e a missão profética se destinam à construção do Reino de Deus onde a
face de Deus no homem está destruída.
2. O amor de
redenção se explica pelo próprio amor de Deus.
3. Os
verdadeiros profetas sofrem o que sempre sofreram: dão a vida pela verdade.
Conversa
mole
Fala-se tanto na
Igreja! O que se resolve? Se fosse conversa que valesse, logo teria havido
mudança. Muita saliva foi perdida. Gastam-se o tempo e os ouvidos dos outros.
Por que não resolve? Porque não fala nada. Até não faz mal porque passa por
cima das cabeças.
Será que Jesus pensou como iríamos
maltratar suas palavras. É verdade que o que vale é o que o Espírito Santo fala
a cada um. É a salvação.
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