Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Visão
da Glória”
Este é meu Filho, o Amado!
O segundo
domingo da Quaresma nos revela o resultado da vitória sobre a tentação e a meta
de toda a vida cristã: a transfiguração que nos conduz à futura visão da glória
de Cristo: “Purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa
glória” (Oração). No prefácio rezamos: “Com o
testemunho da Lei e dos profetas, simbolizados em Moisés e Elias, nos ensina
que, pela Paixão e Cruz, chegará à glória da Ressurreição” (Prefácio). Assim
compreendemos que o tempo quaresmal nos insere na caminhada de Cristo que está
voltada para a Glória. O mal não pode deixar o homem sem direção. Temos um
destino: o Céu. Por que Jesus passa por esse momento de glória “antecipada”?
Para os três discípulos escolhidos como testemunhas qualificadas, aquele
momento vai apagar e dar sentido ao trauma que vai ser sua morte na cruz. Os
discípulos puderam entrar na “nuvem”, isto é, na presença do Pai. Moisés e
Elias significavam a compreensão que doravante deverão dar à Lei e aos
profetas. Jesus diz: “Era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito
sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lc
24,44).
Acontece naquela Teofania a voz do Pai: Este é meu Filho, o Escolhido. Escutai
o que Ele diz (Lc 9,35).
Experiência de Abraão
No texto sobre a aliança de Deus com Abrão, (que
se chamará Abraão a partir do capítulo 17,4-6: que significa pai da multidão de
nações), lemos sobre a promessa da terra. Daí por diante se desenvolvem os
encontros de Deus com o patriarca. Por que esse é colocado junto com o
evangelho da Transfiguração? Lendo os textos da primeira leitura do domingo da
Quaresma, vemos diversos momentos da caminhada do povo de Deus. Deus dirige seu
povo através dos patriarcas e profetas. No segundo domingo temos o ponto de
partida com a aliança de Deus com Abraão onde promete uma terra. No terceiro domingo,
temos a maravilhosa manifestação de Deus a Moisés, primeiro passo da libertação
do Egito. No quarto domingo lemos a entrada do povo na terra, celebrando a
Páscoa. Cumpriu-se a promessa. No quinto domingo, Isaias profetiza o êxodo da
Babilônia. Não mais um deserto sofrido, mas “rios na terra seca para dar de
beber ao povo” (Is 43, 20). Moisés e
Elias, com Jesus transfigurado, revelam a transfiguração do povo de Deus a
partir dos patriarcas. A fé vai purificando nosso olhar para visão da glória.
Abraão, na terrificante experiência de Deus, recebe uma terra. Nessa terra Moisés
e Elias contemplam o Descendente Maior. Os três apóstolos querem uma presença
física: “Faremos três tendas” (Lc 9,33). Mas Jesus, com
sua Ressurreição traz uma presença maior: “Uma nuvem os cobriu e da nuvem saiu
uma voz: “Este é meu Filho, o Dileto, escutai o que Ele diz!” (Id
35).
Cidadãos dos céus
“Nós
comungamos, Senhor Deus, no mistério da vossa glória, e nos empenhamos em render-vos
graças porque nos concedeis, ainda na terra, participar as coisas do Céu” (Pós-
Comunhão). A
cena da Transfiguração é para os cristãos que passam pela nuvem do pecado, com
tantos temporais, um estímulo e um alívio. O pecado não é um fim. Não é um beco sem saída. Se para Cristo
houve a transfiguração com sua Ressurreição, também para os pobres pecadores,
haverá uma transfiguração, pelas graças dos sacramentos pascais que respondem à
conversão quaresmal. A celebração desse domingo nos estimula a seguir o caminho
palmilhado por Cristo, para chegar à glória.
Leituras:
Genesis 15,5-12.17-18; Salmo 26; Filipenses 3,20-4,1; Lucas 28b-36 9
Ficha nº 2156 -
Homilia do 2º Domingo Comum (13.03.22)
1.
Purificado o olhar de nossa fé, nos alegremos com a visão de vossa glória.
2.
Moisés e Elias, com Jesus transfigurado, revelam a transfiguração do povo de Deus a
partir dos patriarcas.
3.
A cena da Transfiguração é para os cristãos um estímulo e um alívio.
Trocando de
roupa
Coisa difícil é
escolher a roupa certa para a hora certa. E é certo que se erra. Jesus teve
essa experiência na alta montanha quando se transfigurou. Era tudo muito chic .
Tinha visitas importantes. Ele escolheu o branco brilhante. Assim mostrava, por
sua roupa, sua mensagem. Explicava quem Ele era. Filho Dileto do Pai tinha que
mostrar que sua união ao Pai deixava ver que o Pai é Luz. Assim mostra aos
discípulos que eles serão luzes reflexas de sua união com o Pai.
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