quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Refletindo a Palavra- ARTIGO - “A Mãe educadora”

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista
Artigo
“A Mãe educadora”

Estar na casa da Mãe.
           Celebramos a festa de Nossa Senhora Aparecida. Isso nos leva a buscar compreender a missão desse Santuário da Mãe de Deus. Estando ali, é belo ver os romeiros no Santuário de Aparecida. Sentem-se em casa e dizem: “É a casa da Mãezinha. Todos os anos venho aqui, até mais vezes”. O romeiro é um mestre que interpreta a realidade que vive. Estar na casa da Mãe é sempre voltar a ser criança para ser amado como filhinho e aprender como aluninho de primeiras letras. É um lar. É uma escola. Todos se preocupam em levar alguma lembrança de Aparecida. É uma recordação que está querendo sintetizar tudo o que viveu aos pés da Mãe. Aqui foi um momento feliz que deve perdurar. Além das lembranças e das bênçãos que suplicou ou agradeceu, há sempre um aprendizado. A casa é casa de irmãos. O Santuário ensina a sermos todos irmãos. Como Nossa Senhora tem a todos como filhos, aprendemos a ser mais irmãos. Numa Igreja repleta de filhos, todos são irmãos. São tantos filhos de Deus que conhecemos. Todos cantam: “Dai-nos a bênção, ó Mãe querida!” Os filhos se unem para louvá-la (Pr 31,28). Filhos de todas as condições, de tantos lugares. A todos acolhe e ama. Esse sentimento de amor total por todos, passa a ser também uma lição de amor total por todos os irmãos. Não há distinção. O amor, só é amor se é total e para todos. Somos um só corpo. A primeira lição do Santuário é a irmandade. Acolhendo a maternidade de Maria, acolhemos o direito de sermos irmãos. Isso deve voltar conosco para nossas casas. Com Maria aprendemos a ser irmão.
Acolhimento como missão.
           Nossa Senhora Aparecida é também uma parábola que ensina sempre coisas novas e velhas como disse Jesus (Mt 13,52). Além da irmandade temos o aspecto do acolhimento que é tema fundamental do Evangelho. É uma casa de portas abertas em todos os sentidos. Não só a estrutura física. No santuário, tudo é para o acolhimento. Sejam os colaboradores e funcionários, a organização tanto do culto como do bem estar de todos. Todos para servir. Todos podem usufruir dos bens que o Santuário oferece. É uma escola onde aprendemos a acolher. Percebemos que a força de trabalho de todos é para acolher. Na casa da Mãe todos são bem servidos por todos. Assim se aprende a acolher para servir. Os bens espirituais são abundantes em todos os espaços. A Mãe ensina a acolher. Ser Padroeira não a faz uma ideia, mas uma realidade. Acolher bem é um dom que nasce do amor.
Cumprir uma missão
           A Mãe ensina a lição da justiça. Como não se faz distinção de pessoas, a todos enriquece com sua graça, com respeito a cada romeiro. Assim também se pode aprender a tratar as pessoas com o mesmo respeito, dar oportunidade para o crescimento e a busca de uma vida melhor para todos. Aí são todos iguais. Essa é a vocação de nosso povo: vivendo na paz e na justiça construir uma pátria para todos. Com o coração lavado e cheio das graças de Deus, pela intercessão de Maria, podem ser para sua cidade e lugar onde habita, instrumentos de uma vida nova. A presença de tantos romeiros é um estímulo também à cidade e estrutura da Igreja, a cuidarem sempre melhor dos filhos de tal Mãe. Todos são seus braços estendidos a todos que por aí passam. Desde os que estão no altar ao último que trabalha para viver oferecendo seus produtos. De tantas bênçãos que recebemos, podemos ser uma bênção por onde passamos. O salmo reza “passando pelo vale do pranto transforma-o em uma bênção” (Sl 84,7). As bênçãos recebidas se mudam em bênção doada.
Dai-nos a bênção, ó Mãe querida. Seus filhos a aclamam: Bendita.

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