O NATAL CHEGOU
Pe. Valdo Bartolomeu de SantanaPároco da Paróquia Santo Antônio de Junqueirópolis padre.valdo@uol.com.br |
“...tudo o que fizeste a um desses
pequeninos, a mim o fizestes...” Mt 25,40
Acordei nesse primeiro dia de Dezembro com vontade
de comprar um presente para Jesus, afinal, não existe maior amigo que o
Mestre dos Mestres, e no dia 25 o aniversário é Dele.
Sai cedo de casa e fui ao centro da cidade,
pensando primeiramente numa camisa branca, mas quando vi que o branco mais
branco da Terra ainda era cinza perto da sua pureza, fiquei com vergonha e
desisti.
Em outra loja vi um sapato de couro, lindo e
caríssimo, mas quando lembrei dos seus pés calçados pelas sandálias da missão
cumprida, achei que não existiria na Terra algo tão confortável que merecesse
seus pés.
Uma caneta, foi isso que a próxima loja me
apresentou, uma linda caneta de marca famosa, seria um lindo presente, mas
lembrei-me que Ele nunca escreveu nada, tudo que Ele falou, mostrou na prática,
servindo e amando sempre.
Lembrei-me, que um dia Ele falou que não
tinha sequer um travesseiro para recostar sua cabeça, e pensei no melhor travesseiro
de plumas de uma loja especializada em sono, era importado e muito confortável,
mas lembrei-me que os justos dormiam tranqüilos e que Ele jamais usaria o
travesseiro.
E, assim fui olhando as vitrines, abotoaduras
de ouro, malas de viagem, bebidas finas, comidas importadas, tudo supérfluo,
tudo matéria que o tempo iria corroer. Confesso que sai um pouco chateado do
centro comercial, afinal eu saíra para comprar um presente para Você Jesus, e
não havia achado nada.
Na porta de uma loja um menino muito miudinho
sorriu para mim, perguntou meu nome e eu o dele, ele riu e me estendeu a mão,
tinha o rosto muito sujo, as mãos encardidas, perguntei pela sua mãe, ele deu
de ombros, sobre o pai, nem sabia onde estava... perguntei se ele queria tomar
um lanche, ele sorriu um sim, pegou na minha mão.
Na porta de uma loja olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo, era a senha para ser feliz, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme ...
Na porta de uma loja olhou para suas roupas e olhou para mim, sabia que não estava corretamente vestido, peguei-o no meu colo, era a senha para ser feliz, seus olhinhos miúdos percorriam aquelas luzes, enfeites e pessoas bonitas como se fosse um filme ...
Na lanchonete sentou na cadeirinha giratória
e sorriu como "reizinho", e entre uma montanha de batatas fritas,
ríamos felizes como dois velhos amigos.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças. Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol, pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali... Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo.
Falamos sobre bolinha de gude, pipas e bola de futebol, coisas importantes para o ser humano, principalmente quando somos crianças. Devoramos dois lanches, e quando perguntei se ele queria um sorvete gigante como sobremesa, seus olhos brilharam feito o sol, pedi um instante, fui até o caixa, quando voltei com os sorvetes na mão ele já não estava ali... Por instantes pensei que ele tinha ido ao banheiro, ou estaria olhando a lanchonete, mas não estava ali mesmo.
Foi quando sobre a caixa de batatas vazias vi
um papelzinho, um bilhetinho escrito com letra miúda que dizia assim:
"Obrigado
pelo melhor presente de aniversário que poderia me dar: Fizeste feliz um dos
pequeninos do mundo!" Assinado Jesus.
Reflexão. O
que você tem feito aos pequeninos?
Pense
nisso.
Feliz Natal.
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