Pe. Luiz Carlos de OliveiraRedentorista |
“E
começaram a festa”
Alegria da salvação
A tônica da
celebração de hoje é a alegria que já está anunciada na antífona de Entrada: “Alegra-te
Jerusalém!... Vós que estais tristes, exultai de alegria. Saciai-vos com a
abundância de suas consolações”. Esse quarto domingo é chamado de “Laetare” é o
domingo da alegria, como lemos também no terceiro domingo do Advento. São os
primeiros raios da alegria da festa que se aproxima, como lemos na oração da
missa: “Concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se
aproximam, cheio de fervor e exultando de fé”. Podemos ver essa alegria na
parábola do Pai amoroso e o filho perdido que chamamos de “filho pródigo” quando
diz ao irmão que “era preciso festejar e
alegrar-nos, porque este teu irmão estava perdido e foi encontrado” (Lc
15,32).
A parábola do Pai amoroso nos traduz bem o sentido da redenção: O homem perdido
pelo pecado, caído na extrema miséria, cai em si mesmo e se vê necessitado de
salvação. O Pai envia o Filho para buscar a ovelha perdida. Cristo trabalha o
coração do homem para que vá para Deus. O Pai é como o pai da parábola. Espera
a criatura que se perdeu. Ansioso manda tantos meios de redenção. Se o homem
vai ao profundo da miséria é para pensar
na riqueza de vida da casa do Pai. Por mais que seja profunda sua situação
pecadora, não haverá jamais um obstáculo para o retorno à casa paterna. Ele é
filho, faz parte da família. O irmão que não o quer receber são aqueles que não
aceitam que o Pai seja generoso, como é o caso dos fariseus que negavam a Jesus
o direito de acolher os pecadores. Essa é a alegria de Jesus.
Nova criatura
Paulo
nos escreve: “Se alguém está em Cristo, é uma criatura nova. O mundo velho
desapareceu. Tudo agora é novo. E tudo vem de Deus, que por Cristo nos
reconciliou consigo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2Cor
5,17-18).
A reconciliação realiza o grande desígnio de Deus de redenção. Em Cristo fomos
reconciliados com o Pai. Mais ainda: Deus nos confiou esse ministério de
reconciliação para levarmos tantos a serem novas criaturas. Diz o Apóstolo
Paulo: “Em nome de Cristo suplicamos: ‘Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor
5,20).
É importante sabermos que estamos, depois de reconciliados com Deus, em união
ao ministério de Reconciliação de Jesus colaborando na reconciliação dos
homens. Deus quer precisar de nós para essa missão. Ser nova criatura é ter a
vida nova que nos foi dada pela Ressurreição de Cristo e unir-nos ao Cristo que
está sempre em missão no mundo. Por isso, a última ordem de Jesus foi: “Ide por
todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc
16,15).
Terra nova
Com a entrada na
terra prometida realizou-se a promessa feita a Moisés de libertar o povo e
conduzi-lo a uma terra onde manam leite e mel (Ex 3,8).Toda caminhada
no deserto, passando para muitos sofrimentos foi para atravessar o Jordão e
entrar na terra prometida. O povo de Deus celebra a Páscoa na terra prometida.
Já comem os produtos da terra. Tudo é novo. Não vivem mais do milagre do Maná
que deixou de cair do Céu. Puderam comprovar quão suave é o Senhor (Sl
33).
A conquista da terra simboliza o novo mundo onde os fiéis redimidos vivem. A
Páscoa de Jesus abre também a vida em uma terra nova, a do alto, para onde foi
conduzido o povo dos redimidos. É a festa que o Pai oferece pela
chegada do filho recuperado. É a vida do alto onde vivem as novas criaturas que
passaram o mar das águas do Batismo e participam com Cristo da festa que o Pai
oferece.
Leituras: Josué 5,9ª.10-12; Salmo 33; 2 Coríntios
5,17-21; Lucas 15,1-3.11-32
Ficha
nº 1844 - Homilia do 4º Domingo da Quaresma (31.03.19)
1.
A tônica da celebração é a alegria da salvação do Pai que acolhe o filho
perdido.
2. Recebemos a reconciliação e
participamos de sua obra.
3. A entrada na terra prometida é o
prenúncio da redenção que nos dá um novo mundo.
Essa festa eu não perco
O domingo é de festa. Os judeus
chegam à terra prometida. O pai bondoso dá uma festaça para o filho que volta
depois de ter gasto tudo o que tinha recebido de herança. As criaturas são
novas. É festa para todo gosto. Eu não vou perder nenhuma. Não sou judeu, mas,
se estamos aqui foi porque estiveram lá. Não somos perdidos, mas aproveitamos a
alegria do pai. E somos novos, podemos aproveitar bem as festas.
A
festa da Páscoa resume todas essas festas e ainda propõe outras mais. Fazer a
Páscoa é abrir um calendário de festas. A alegria da festa permanece, pois é
festa que domina o coração e não é somente exterior. O coração alegre alegra um
corpo inteiro.
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