Pe. Luiz Carlos de Oliveira Redentorista |
“Meu
Filho, o Dileto”
Eis o meu Filho
Celebramos a Manifestação
do Senhor. Esse mistério se revela em quatro celebrações diferentes que são um
único mistério. A celebração do Batismo de Jesus é uma das celebrações mais
antigas da Igreja. Vem já desde o segundo século. Há uma oração na Liturgia das
Horas – o Ofício Divino - que assim reza na Epifania: “Três prodígios
celebramos nesse dia santo: “Hoje a estrela guiou os Magos ao Presépio; Hoje a
água é mudada em vinho nas bodas de Caná; Hoje Cristo é batizado por João no
Jordão para nossa salvação” (Antífona das Vésperas da
Epifania).
Deus Se manifestou como diz João: “Veio para o que era seu e os seus (judeus) não
O receberam (Jo 1,11). Deus Se manifesta para que seja
visto na pessoa de seu Filho Dileto. Não se trata de dizer filho “queridinho”,
mas Filho no qual o Pai Se vê inteiramente e que realiza sua entrada no mundo.
Nós vimos Deus com nossos olhos. Isso nos basta. Acolher o Filho é acolher o
Pai. Tudo está pleno do grande amor de dileção de Deus. Por isso a celebração
da festa do Batismo de Jesus não é um aniversário a ser celebrado, mas o
acolhimento de um Mistério que se revela como amor. No batismo do Filho, todos
os filhos adotivos (oração) são
contemplados pelo Pai, amados e assumidos em tua total predileção. Não há filho
menor ou pior. A todos o Pai dá o Espírito em abundância para que possam
continuar com o Filho Divino a missão de manifestar o agrado do Pai a todos. No
gesto ritual do batismo dos fiéis, lembramos nosso batismo e nele recordamos
que somos filhos diletos.
Batismo
em Cristo
“Depois de ser batizado, Jesus
saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus,
descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele” (Mt 3,16). João batizou
Jesus, no batismo de conversão. Jesus, em sua condição, Se abre totalmente à
ação do Espírito. Por isso dizemos que recebe a unção do Espírito para a
missão. É confirmado pelo Pai em sua completa dileção amorosa: “Este é meu
Filho amado, no qual pus o meu agrado” (Id 17). O Espírito
Santo, amor do Pai, consagra o Filho na primeira e fundamental missão que é
manifestar o amor que vivia com o Pai. É o momento de mostrar que a presença de
Deus entre os homens é obra do amor para que se realize o amor. Desse modo
podemos também compreender o batismo que recebemos. Chamados filhos de Deus,
nós o sejamos de fato. Isso se realiza pelo Espírito. O batismo nos coloca na
missão de Jesus. Mais que uma religião é um modo de viver. Por isso Pedro diz
sobre Jesus: “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder.
Ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando a todos os que estavam
dominados pelo demônio. Porque Deus estava com Ele” (At
10,38).
Eis o meu Servo
Na leitura de
Isaias sobre o Servo amado, podemos conhecer o que Deus espera de cada um que
se une a Cristo pelo batismo: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te
tomei pela mão. Eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo,
luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão,
livrares do cárcere ao que vivem nas trevas” (Is
42,6).
Lembramos o discurso inaugural de Jesus na sinagoga de Nazaré. Essa é a missão
de todo aquele que sai das águas e é depositário do amor do Pai e ungido pelo
Espírito. Sem isso, torna-se impossível realizar a missão cristã e perseverar
no amor (Oração). Pedimos na pós-comunhão:
“Chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato”
Leituras: Isaias 42,1-4.6-7;Salmo 28; Atos 10,34-38;
Mateus 3,13-17.
Ficha
nº 1926 - Homilia do Batismo do Senhor (12.01.20)
1. A festa do Batismo de Jesus não é um
aniversário, mas o acolhimento de um Mistério.
2. O Espírito consagra do Filho na
missão de manifestar o amor que vivia com o Pai.
3. Chamados filhos de Deus, nós o
sejamos de fato.
Padrinho
de Batismo de Jesus
Sabemos as confusões que se dão
por conta de padrinhos nos batizados. No de Jesus não houve esse problema. Os
pais não podem ser padrinhos. Precisa ser católico e, de preferência, de boa
conduta para servir de exemplo. E Jesus... como foi? Certamente sabemos que o
batismo de Jesus não é o nosso, mas o de João. Contudo tem um padrinho muito
bom que é o Espírito Santo. O Pai demonstrou o amor ao Filho e o Espírito
pousou sobre Ele.
Em
nossas circunstâncias batismais temos padrinhos e todo um ritual. Mas falta
deixar-se conduzir pelo Espírito.
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