domingo, 12 de janeiro de 2020

Padre Luiz Carlos - Refletindo a Palavra

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Meu Filho, o Dileto”

Eis o meu Filho
           Celebramos a Manifestação do Senhor. Esse mistério se revela em quatro celebrações diferentes que são um único mistério. A celebração do Batismo de Jesus é uma das celebrações mais antigas da Igreja. Vem já desde o segundo século. Há uma oração na Liturgia das Horas – o Ofício Divino - que assim reza na Epifania: “Três prodígios celebramos nesse dia santo: “Hoje a estrela guiou os Magos ao Presépio; Hoje a água é mudada em vinho nas bodas de Caná; Hoje Cristo é batizado por João no Jordão para nossa salvação” (Antífona das Vésperas da Epifania). Deus Se manifestou como diz João: “Veio para o que era seu e os seus (judeus) não O receberam (Jo 1,11). Deus Se manifesta para que seja visto na pessoa de seu Filho Dileto. Não se trata de dizer filho “queridinho”, mas Filho no qual o Pai Se vê inteiramente e que realiza sua entrada no mundo. Nós vimos Deus com nossos olhos. Isso nos basta. Acolher o Filho é acolher o Pai. Tudo está pleno do grande amor de dileção de Deus. Por isso a celebração da festa do Batismo de Jesus não é um aniversário a ser celebrado, mas o acolhimento de um Mistério que se revela como amor. No batismo do Filho, todos os filhos adotivos (oração) são contemplados pelo Pai, amados e assumidos em tua total predileção. Não há filho menor ou pior. A todos o Pai dá o Espírito em abundância para que possam continuar com o Filho Divino a missão de manifestar o agrado do Pai a todos. No gesto ritual do batismo dos fiéis, lembramos nosso batismo e nele recordamos que somos filhos diletos.
 Batismo em Cristo
           Depois de ser batizado, Jesus saiu logo da água. Então o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo pousar sobre Ele” (Mt 3,16). João batizou Jesus, no batismo de conversão. Jesus, em sua condição, Se abre totalmente à ação do Espírito. Por isso dizemos que recebe a unção do Espírito para a missão. É confirmado pelo Pai em sua completa dileção amorosa: “Este é meu Filho amado, no qual pus o meu agrado” (Id 17). O Espírito Santo, amor do Pai, consagra o Filho na primeira e fundamental missão que é manifestar o amor que vivia com o Pai. É o momento de mostrar que a presença de Deus entre os homens é obra do amor para que se realize o amor. Desse modo podemos também compreender o batismo que recebemos. Chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato. Isso se realiza pelo Espírito. O batismo nos coloca na missão de Jesus. Mais que uma religião é um modo de viver. Por isso Pedro diz sobre Jesus: “Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio. Porque Deus estava com Ele” (At 10,38).
Eis o meu Servo
           Na leitura de Isaias sobre o Servo amado, podemos conhecer o que Deus espera de cada um que se une a Cristo pelo batismo: “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei pela mão. Eu te formei e te constituí como o centro de aliança do povo, luz das nações, para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão, livrares do cárcere ao que vivem nas trevas” (Is 42,6). Lembramos o discurso inaugural de Jesus na sinagoga de Nazaré. Essa é a missão de todo aquele que sai das águas e é depositário do amor do Pai e ungido pelo Espírito. Sem isso, torna-se impossível realizar a missão cristã e perseverar no amor (Oração). Pedimos na pós-comunhão: “Chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato”
Leituras: Isaias 42,1-4.6-7;Salmo 28; Atos 10,34-38; Mateus 3,13-17.

Ficha nº 1926 - Homilia do Batismo do Senhor (12.01.20)

1. A festa do Batismo de Jesus não é um aniversário, mas o acolhimento de um Mistério.
2. O Espírito consagra do Filho na missão de manifestar o amor que vivia com o Pai.
3. Chamados filhos de Deus, nós o sejamos de fato.

Padrinho de Batismo de Jesus

           Sabemos as confusões que se dão por conta de padrinhos nos batizados. No de Jesus não houve esse problema. Os pais não podem ser padrinhos. Precisa ser católico e, de preferência, de boa conduta para servir de exemplo. E Jesus... como foi? Certamente sabemos que o batismo de Jesus não é o nosso, mas o de João. Contudo tem um padrinho muito bom que é o Espírito Santo. O Pai demonstrou o amor ao Filho e o Espírito pousou sobre Ele.
           Em nossas circunstâncias batismais temos padrinhos e todo um ritual. Mas falta deixar-se conduzir pelo Espírito.

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