domingo, 9 de fevereiro de 2020

Padre Luiz Carlos - Refletindo a Palavra

Pe. Luiz Carlos de Oliveira
Redentorista

“Brilhe a vossa luz”

Vocação fundamental
           Jesus iniciou sua missão chamando discípulos, começando por Pedro e André, Tiago e João, no lago de Genesaret (Mt 4,18). O chamamento era para que estivessem com Ele. Assim poderiam continuar sua missão e presença no mundo. O texto de Mateus que vemos hoje segue o discurso das bem-aventuranças (não foi lido nesse ano por causa do dia da Apresentação do Senhor).  Entende-se que aquele que vive o espírito das bem aventuranças é o verdadeiro discípulo. Desse modo o discípulo se torna sal que dá o tempero do mundo e alimenta a vida cristã no mundo. É luz que mostra caminhos e atrai. São as obras transbordam dos que seguem o caminho do Evangelho e atraem outros ao mesmo caminho. Por isso diz Jesus: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16). Podemos disfarçar e esconder o mal que temos em nós. Mas o bem, nada consegue ocultar. Tudo o que o Evangelho produziu em nosso coração é um testemunho vivo. Se não vivermos esse caminho, recebemos a dura explicação: “Se o sal perder seu sabor... não servirá para mais nada”... escondida não ilumina ninguém. E tudo permanece na escuridão. Jesus recomenda: “Assim brilhe também a vossa luz”. A luz do cristão vem de seu interior. A escolha de Jesus e seu Evangelho como vida é a fonte do sal e da luz de onde nasce essa luz interior. O milagre, nasce da atitude de vida.   
Coração aberto
           A luz que temos se mostra na atitude fundamental da vida cristã que é o amor que serve. As bem aventuranças mostram a opção interior. As obras são o resultado. A leitura de Isaias proclama de onde vem a luz: “Reparte o pão com o faminto, acolhe em casa o pobre e o estrangeiro... se destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo o socorro ao necessitado, nascerá a tua luz e tua vida obscura será como o meio dia” (Is 58,7.9-10). O coração aberto resulta em uma mudança interior e uma obra de socorro às muitas dimensões da miséria humana. Não se pode falar de fé cristã, adesão a Cristo e fé católica sem uma adesão completa à caridade. Todos os santos foram de extrema caridade. Deram suas vidas. Sair de si é a melhor maneira de encher-se de vida Divina e ser evangelizador. O texto de Isaias é uma leitura do Evangelho feita tantos séculos antes. Jesus aperfeiçoou dando a si mesmo na máxima caridade. “Não há maior amor do que dar a vida pelos amigos” (Jo 15.12). Não se trata de amigos “de farra ou de afeto”, mas de todos. Todos são amigos de Deus. Por isso conhecemos que Deus é o “filantropos” que ama as pessoas. Amor não é egoísta. O coração aberto não está nos sentimentos, mas deles se parte à ação.
Humildade e simplicidade
           Notamos em Paulo um lado de “fraqueza”. Ele mesmo diz que ele foi com simplicidade. A palavra anunciada floresce quando é dada na simplicidade de vida e de palavras. Queremos impressionar pelo vigor. Paulo insiste que marca pela humildade. Deus não se impõe, propõe. É bom vermos que essas palavras têm efeito transformador. Não são acolhidas no medo ou na pressão dos argumentos ou apresentação. E diz: “Minhas palavras eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria dos homens” (1Cor 2,5). Há muitos modos de pressionar o povo, até na educada forma de celebrar. Os pobres sempre ficam fora. O coração aberto é humilde.
Leituras : Isaias 58,7-10;Salmo 111;1Coríntíos 2,1-5; Mateus 5,13-16
Ficha  nº 1934 - Homilia do 5º Domingo Comum (09.02.20)

1. A escolha de Jesus e seu Evangelho como vida é a fonte do sal e da luz
2. O coração gera uma mudança interior e uma obra de socorro à miséria humana.
3. A palavra anunciada floresce quando é dada na simplicidade de vida e de palavras.

Pressão baixa

           Vivemos medindo a pressão. É um tal de sobe e desce que complica nossa vida. Com pressão baixa buscamos o sal. São muitos significados e explicações dessas palavras de Jesus. Ele pegou por onde toca a gente. Ele sabe o quanto é ruim estar com pressão baixa. Ruim quando nossa lâmpada de vida não gera luz.
           A resposta de Jesus às nossas carências está na palavra do profeta Isaias que indica o cuidado com os necessitados como fonte de luz. É tão simples que é difícil fazer.


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