O Senhor fez
maravilhas
A Assunção de Maria coroa os dogmas
da Mãe de Jesus. Por ela, podemos conhecer o que Deus quis para a Mãe de seu
Filho. E ainda, o que Deus quer para cada um de nós. O que realizou em Maria é
projeto para todos os cristãos. Ela é a primeira depois de Cristo a atingir o
que Deus, por bondade, quer para todos. Os dogmas são verdades em que se devem
crer sem erro. Fazem parte do Mistério de Cristo. Deus quis Maria assim. Esse
dogma da Assunção não foi inventado. Ele está descrito no começo da Igreja, em
sua tradição. Dá a impressão que é o primeiro que a comunidade declarou como
verdade de fé. Ali, rodeada dos apóstolos, passa à vida do Céu. Como a Jesus,
“não convinha que seu corpo conhecesse a corrupção” (At
2,31).
O evangelho apócrifo de Tiago lembra o fato de Tomé que, ausente na morte, ainda
quis ver o corpo de Maria, na sepultura. Constatam o fato de sua elevação ao
Céu. Essa foi a fé dos primeiros cristãos. O dogma foi declarado em 1950 por
Pio XII, como reconhecimento daquilo que já era conhecido. A Assunção decorre
das maravilhas feitas por Deus nessa Mulher: Concebida sem pecado, Virgem, Mãe
de Deus. Sua união com Deus a fez privilegiada. Ela diz: “O Todo Poderoso fez
em mim grandes coisas” (Lc 1,49). Ser cheia da
graça de Deus (Lc 1,28) a torna distribuidora dessas
graças a todo o povo de Deus, sobretudo, aos mais abandonados. Por ela
entendemos que devemos fazer uma renovação do mundo a partir do Evangelho.
Todos em Cristo
revivem
A Assunção de
Maria não é só uma questão pessoal de privilégio, mas a realização de todo o
projeto de Redenção realizado por Jesus. São Paulo nos confirma essa realidade
quando nos diz: “Como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos
reviverão. Porém, cada qual segundo uma ordem determinada: Em primeiro lugar,
Cristo como primícias; depois, os que pertencem a Cristo, por ocasião de sua
vinda” (1Cor 15,22-23). Nessa ordem de
Ressurreição, Maria, por um privilégio, recebe o dom total da redenção realizando
nela também a ressurreição final. Ela faz o caminho de todas as criaturas.
Jesus, nela, realiza a vitória sobre a morte. Nela vence o inimigo e garante a
vitória para todos. Se uma já realizou todo o caminho, abre para todos a
certeza da vitória final. A base da Assunção é a Ressurreição de Jesus. Nela,
Deus estende sua misericórdia a todos. Nela realiza salmo: “Escutai, minha
filha, olhai, ouvi isto: Esquecei vosso povo e a casa paterna! Que o Rei se
encante com vossa beleza! Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor” (Sl.
44). Por isso o Anjo a chama de “cheia de graça” (Lc
11,28).
Isabel lhe diz: “Bem-Aventurada Aquela que acreditou porque será cumprido o que
o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45).
Dragão quer
devorar
O dragão, figura
do mal no Apocalipse, está sempre presente junto da Mulher. Eva foi enganada
pela serpente primitiva, o mesmo dragão que ronda no final dos tempos. No
paraíso está a mulher para gerar para o mundo. No fim dos tempos, a Mulher,
Mãe, está para dar à luz uma nova humanidade. A Mulher está para gerar o Filho
que vai reger o mundo. O dragão quer devorá-Lo. A história sempre esteve cheia
de dragões prontos a devorar o Filho e os filhos da Mulher – Igreja e da Mulher
da Redenção. Será que a ojeriza de determinadas seitas contra Maria, não será a
presença do dragão que quer devorar a Mãe e o Filho? Deus a leva para o refúgio
que é o coração dos filhos. O coração dos filhos acolhe a Mãe. Ela, elevada aos
Céus, leva no seu seio os filhos redimidos.
Leituras:
Apocalipse 11,19ª; 121,3-6ª.10ab; Salmo 44;1ª Coríntios
15,20-27ª; Lucas 1,39-56.
Ficha nº 1988 -
Homilia da Assunção de Maria (16.08.20)
1. O que
realizou em Maria é projeto para todos os cristãos.
2. A base e o
sentido do dogma da Assunção de Maria é a Ressurreição de Jesus.
3. Maria,
elevada aos Céus, leva no seu seio os filhos redimidos.
Festa da Mãe
O que a gente não faz para participar das
festas de nossas mães? Toda festa nos introduz no mistério da alegria de Maria
no Céu. Uma festa na terra repica no Céu. Essa integração de Céu e terra numa
celebração é um mistério muito compreensível. Deus é nossa alegria. Nas festas
de Maria podemos saborear a alegria do Céu.
Para uma festa de mãe trazemos muito
carinho. É o que sentimos por Maria. Sua subida ao Céu é uma garantia de nossa
futura caminhada final para iniciar a vida que dura parda sempre. Maria está
sempre presente em nossas vidas. Entender de Jesus é bom, mas difícil. Entender
de Maria, basta ter coração. Não precisa explicação. Comida de mãe já tem o
tempero que agrada. O que é de Maria sempre nos agrada e convida a voltar.
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