domingo, 6 de setembro de 2020

Refletindo a Palavra -“Amor é o cumprimento da lei” - Padre Luiz Carlos

 

Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista

“Amor é o cumprimento da lei”

 Ouvi a voz de Deus

           Iniciando o mês da Bíblia temos na celebração do 23º Domingo uma dupla chamada: a responsabilidade de quem anuncia e a de quem ouve a Palavra. Quem anuncia tem um compromisso com a verdade. Por isso deve anunciar. Essa chamada não é aérea, mas deve se dirigir à pessoa no real de sua vida sem devaneios. A Palavra para a conversão tem um processo de respeito à pessoa que estaria no erro: primeiro, pessoalmente, numa conversa serena. Se não resolve, procura-se o apoio de mais uma pessoa, na discrição. Se não ouve, a comunidade toda se empenha. A partir daí, se fechado à Palavra, o fiel se exclui da comunidade. A responsabilidade é pessoal. Notamos a força evangelizadora da comunidade. A evangelização não é só um primeiro anúncio, mas é anúncio permanente. Está em contínua conversão. O salmo convida a essa conversão: “Oxalá ouvísseis hoje a voz do Senhor!” (Sl 94). A palavra de Jesus sobre a força da união - “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles” (Mt 18,20) – mostra que Ele continua sua missão de evangelização permanente na comunidade, com o mesmo vigor. Assim podemos entender como as palavras frágeis que dizemos, tenham tal força de conversão. O permanente apelo é sustentado pelo salmo 94 - “Hoje não fecheis o vosso coração”- reflete a necessidade de evangelização. É uma busca de mudança de vida. Se um irmão pecar contra ti – errar – vai corrigi-lo, antes que se perca.  

 Estarei no meio deles

           Há uma noção que faz falta em nossa catequese: “Vós sois o Corpo de Cristo, e cada pessoa entre vós, individualmente é membro desse corpo” (1Cor 12,27). Somos Corpo de Cristo e fazemos parte uns dos outros. Amar e crer nos faz morada de Deus: “Quem come minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e Eu nele” (Jo 6,56). E também: “Deus é amor; aquele que permanece no amor permanece em Deus e Deus permanece nele” (1Jo 4,16). Há uma participação íntima e individual com a Trindade. Deus vive em mim e eu vivo em Deus. Contudo, não é algo individualista. A Palavra ensina a presença de Cristo entre nós quando nos unimos: “Se dois de vós estiverem de acordo na terra sobre qualquer coisa que queiram pedir, isso lhes será concedido por meu Pai que está nos Céus. Pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” (Mt 18,19-20). Daí recebemos toda a força evangelizadora, pois o Cristo está entre nós. E Ele garante a oração comunitária. A oração individual tem valor, chega a Deus. Mas a maior garantia é quando Jesus reza junto, pois estamos juntos e formamos corpo com Ele. Quem não gosta de rezar junto, não tem essa garantia. A oração vale, mas... quando juntos. Aquece mais.

O amor não faz mal

           Quando somos corpo estamos em relacionamento que sempre, como humanos, tem seus condicionamentos. E para o bom exercício da fraternidade, que não é só social, vivemos de acordo com os mandamentos referentes ao próximo que tocam todas as dimensões da vida humana. Lembramos que são os mesmos que Jesus enumerou ao jovem rico. Amar não faz mal. Só faz bem. Pode nos custar, pois quem ama dá a vida (Jo 15,13). O amor é o cumprimento perfeito da lei (Rm 13,10). Essa atitude de amor é a maior evangelização que podemos fazer. Vimos que, na pandemia há muita dedicação aos necessitados. Não são só católicos, também, mas de outras religiões que não têm essa dimensão, entidades e empresas. É resultado da evangelização. A Igreja não é para atrair para si, mas para Deus.

Leituras: Ezequiel 33,7-9; Salmo 94; Romanos 13,8-9; Mateus 18,15-20.

Ficha nº 1994 - Homilia do 23º Domingo Comum (06.09.20)

 

1. A evangelização não é só o primeiro anúncio, mas é permanente.

2. A Palavra ensina a presença de Cristo entre nós quando nos unimos.

3. Essa atitude de amor é a maior evangelização que podemos fazer.

 

Unidos venceremos

 

           Ninguém gosta de aperto. Ninguém quer se envolver com os outros. Faz-me lembrar de minha avó que fazia um arroz meio papinha. Todas as cozinheiras gostam de arroz soltinho. O arroz, unidos venceremos, é mais cozido, grudado e mais macio.

           A Palavra do dia de hoje nos chama a nos unir também e fazer um só corpo, pois é assim que o Pai gosta de nos ver. Quer todos unidos. Gosta tanto que coloca em nosso meio Jesus para garantir nossa união. Também para oração: fazemos uma papinha e o Papa gosta dessa evangelização.

 

 

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